O cenário dentro da CBF ficou bastante complexo com a anulação da eleição de 2018, na qual Rogério Caboclo e seus vices foram eleitos. Vale lembrar que o Presidente da Confederação Brasileira de Futebol já se encontrava num processo de afastamento devido a uma acusação de assédio moral e sexual.
A decisão da anulação foi da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ontem (26), a turma aceitou o pedido do Ministério Público para investigar Rogério Caboclo. O motivo para tal investigação diz respeito ao sistema de pesos nos votos, estabelecido em 2017 para a eleição de 2018 na CBF.
Com isso, o MP afirmou que o sistema eleitoral não seguiu “as regras democráticas previstas pela legislação”. Mas, a CBF se defende da acusação ao afirmar que é uma entidade privada e, portanto, tem a sua autonomia. Assim, a Justiça não poderia rejeitar a eleição.
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De acordo com o site UOL, a anulação deveria se estender aos oito vice-presidentes eleitos em 2018. No entanto, a Justiça entendeu que afastá-los poderia causar “um caos maior na CBF”. Dessa forma, os vices continuarão em seus cargos até a realização de uma nova eleição, em até dois meses.
A CBF já planeja entrar com um recurso em parceria com o corpo jurídico da entidade e os advogados terceirizados que atuam pela Confederação.
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Rodolfo Landim como interino da CBF
Sobre Rogério Caboclo, a situação dele ficou ainda pior. Segundo o UOL, a CBF já se preparava para receber um parecer da Comissão de Ética sobre o Presidente no que diz respeito ao caso de assédio. Apesar disso, Caboclo continua recorrendo ao STJD para reverter o afastamento.
A anulação da eleição por si só já excluiria Caboclo de uma vez da CBF. Porém, os integrantes da Confederação entendem que devem evitar uma “ruptura tão abrupta”. Isso porque, nesse mesmo momento, os clubes de futebol discutem a criação de uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro.
A fim de organizar o novo processo eleitoral, a Justiça escolheu dois interventores para a CBF. No caso, Rodolfo Landim, Presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, Presidente da Federação Paulista de Futebol. Dessa forma, os dois se comprometeram a tomar uma decisão sobre a eleição ao lado dos advogados, das federações e dos clubes de futebol.
No entanto, a dupla tem no total cinco dias para aceitar a nova função. Caso digam “sim”, não poderão participar do novo processo eleitoral. Além disso, Landim e Bastos deverão convocar uma assembleia em até 30 dias para discutir as regras da eleição dentro da CBF.
Quanto ao Flamengo, de acordo com a “Lei Pelé”, Rodolfo Landim não poderia assumir a Presidência do Clube no período em que estivesse à frente da CBF. Segundo o UOL, alguns advogados afirmam que basta Landim pedir uma licença da Presidência do Mais Querido.