O Flamengo enfrenta o Defensa y Justicia nesta quarta-feira (21/07), às 21h30, no Mané Garrincha, em Brasília, pela volta das oitavas de final da Libertadores. O confronto decisivo marca também a volta do público nos estádios. O Mais Querido precisa de apenas um empate para se classificar e tem tudo para conseguir tal feito, embora a partida não seja simples.
Apesar de ter vencido o confronto de ida contra o Defensa y Justicia, o Flamengo não jogou bem. O adversário entrou em campo em um 5-4-1, que variava para o 4-3-3, marcando em cima e bem compacto, o que complicou muito a partida. O Mais Querido não conseguiu sair jogando direito e teve dificuldades de criar, enquanto o time argentino, treinado por Beccacece, perdeu boas oportunidades.
O Defensa é muito bem organizado. O time gera perigo na recuperação no campo de ataque, além das bolas aéreas e na velocidade pelos lados. Entretanto, vale destacar que a partida foi a primeira de Renato no comando do Flamengo, sendo que o treinador só teve um dia de treinamento com a equipe principal. Além disso, o rubro-negro estava com muitos desfalques importantes.
Rodrigo Caio, Willian Arão, Diego e Bruno Henrique não atuaram no jogo de ida. Os quatro estão relacionados para a volta e eles fazem muita diferença para o funcionamento do jogo. Contra o time argentino, Gustavo Henrique e Léo Pereira fizeram a zaga, com João Gomes e Thiago Maia de volantes. Assim, o Flamengo teve muitas dificuldades para sair jogando, principalmente pela péssima atuação dos dois meias reservas.
Na partida contra o Bahia, ainda sem Rodrigo Caio, ficou evidente a importância de Diego e, principalmente, Willian Arão para a equipe. Os dois mudam a dinâmica do time e são fundamentais para a saída de bola. Além disso, contra o tricolor baiano, teve uma mudança tática que foi crucial para a melhora do Flamengo. Isso porque, nos dois jogos o time atuou em um 4-2-3-1. Mas, contra o Defensa, a saída de bola foi feita pelos 2 zagueiros, com os laterais mais adiantados e os volantes na frente. Já contra o Bahia, a saída foi feita por 3 jogadores, com Arão recuando entre os defensores para qualificar o passe.
Assim, a saída de bola foi a mesma que o Flamengo fazia com Jorge Jesus. Nesse esquema, os dois laterais avançam, com liberdade para atacar. Rogério Ceni também fazia o sistema com 3 jogadores na primeira linha. A diferença é que, com o ex-treinador, Filipe Luís era quem recuava ao lado dos zagueiros para qualificar a saída. Assim, o lateral-direito era ofensivo, mas o esquerdo ficava como um defensor, tendo mais jogadores no meio de campo.
A tendência é que o Flamengo atue contra o Defensa no mesmo esquema que jogou com o Bahia. Assim, na saída de bola, o time vai ficar em uma espécie de 3-3-3-1, com Rodrigo Caio, Arão e Gustavo Henrique; Isla, Diego e Filipe Luís; Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique (Michael); Gabigol.
Nessa formação, Everton Ribeiro atua aberto pela direita, caindo pelo meio e podendo revezar de posição com Arrascaeta, que joga centralizado, com liberdade para se movimentar. Bruno Henrique ou Michael, por sua vez, vai atuar na ala-esquerda, aberto, não como segundo atacante. Já Gabigol fica de referência, mas se movimentando muito, indo pelos dois lados do campo e explorando os buracos da defesa adversária.
O jogo não será simples, mas o Flamengo tem tudo para fazer outra grande partida e sair classificado. Para isso, é preciso que os volantes tenham uma boa atuação e o time troque passes rápidos, explorando a movimentação de Gabigol, para encontrá-lo nos buracos que a defesa adversária deixa. Um outro ponto que pode ser importante é a bola aérea, já que o Defensa mostrou ao longo da temporada problemas defensivos no quesito.