Filipe Luís, um dos maiores ídolos do Flamengo, e dos jogadores do elenco, um dos que tem mais tempo de clube e de futebol, possui um profundo conhecimento do atual time. O lateral foi extremamente transparente em entrevista dada ao GE após a vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, que garantiu a segunda final consecutiva do clube na Copa do Brasil. Ele reconheceu que o clima interno está tenso e fez um apelo por união dentro do Ninho do Urubu.
Questionado sobre o significado do abraço coletivo no gol de Arrascaeta, acompanhado de gestos carinhosos a Jorge Sampaoli, Filipe Luís interpretou como uma resposta positiva do elenco a um momento em que a coesão estava abalada. Sem minimizar as diferenças existentes, ele reconheceu que o Flamengo perdeu a força do grupo em 2023 e prometeu esforços conjuntos para melhorar a relação com a torcida.
“Isso significa o seguinte: esse grupo é bom. Esse grupo tem uma força que já demonstrou em outras vezes. É um grupo muito forte, e neste ano perdemos a força do grupo. Nós mesmos conversamos no vestiário que temos de voltar. A grande força desse time é o elenco que tem. Muitas vezes quem vai ganhar o jogo não são os 11 que vão começar, vão ser os caras que vão jogar cinco minutos no fim do jogo, vai ser o cara que entrar no último minuto para bater o pênalti.”
Líder dentro do elenco, Filipe foi uma das vozes que se pronunciou após a briga entre Gerson e Varela, destacou a intensidade do dia a dia no Flamengo, especialmente em momentos de crise. Enfatizou a importância da vitória sobre o Grêmio, ressaltando que é difícil jogar no clube devido à pressão externa e à agitação constante.
Com sinceridade, ele admitiu que o time jogou um jogo protocolar, o que foi suficiente dadas as circunstâncias conturbadas. Olhando para o futuro, pregou humildade para acatar as instruções da comissão técnica a fim de recuperar a essência do Flamengo.
“Hoje o time fez um jogo sólido, digamos assim um jogo político. Controlamos bem o resultado e conseguimos fazer o gol. Não foi nosso melhor jogo, mas também não é nossa melhor fase. Penso que só tem um caminho: o do trabalho. Trabalhar com muita humildade, não falar nada, obedecer tudo que tiver que obedecer para poder fazer o Flamengo voltar a ser Flamengo.”