‘Preocupação da diretoria não é dar uma resposta para as famílias, mas com a imagem do clube’, opina jornalista

Eduardo Bandeira de Mello perdeu direito político no clube após dizer que incêndio no Ninho no Urubu não teria acontecido na sua gestão

'Preocupação da diretoria não é dar uma resposta para as famílias, mas com a imagem do clube', opina jornalista.
Foto: Lazlo Dalfovo

Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, foi suspenso do clube por 90 dias e também perdeu o direito político do Mengão por 5 anos. Isso aconteceu em decorrência de uma declaração dada pelo ex-presidente em relação a tragédia do Ninho do Urubu. Bandeira afirmou que se ele fosse o mandatário do clube, a tragédia, que levou à morte de 10 jovens jogadores da base rubro-negra, não teria acontecido.

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O assunto virou pauta do programa “Sportscenter”, da ESPN. Os comentaristas Raphael Prattes e Breiller Pires disseram que a fala do Bandeira foi muito grave e que o Flamengo está mais preocupado com a imagem do clube, do que com as famílias das vítimas.

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“A briga política sempre tem vários lado e quem defende um lado, quem tem uma opinião muito estabelecida quanto algum assunto sempre tem algum tipo de narrativa para lhe favorecer. Claro que aí precisamos colocar que além da briga política tem a vaidade das pessoas, tem a vaidade de cada querer se lembrar do momento bom e querer ser esquecido no momento ruim. O que o Bandeira de Mello falou é algo muito grave por que a partir do momento que ele afirma que tem quase certeza que com ele não teria acontecido a tragédia do Ninho do Urubu, não sei até que ponto isso dá a entender que “Com o outro ocorreu, comigo não teria ocorrido”. Ele está transferindo uma responsabilidade de uma tragédia para essa gestão atual. Aí começa o interesse político acima de um fato que é gravíssimo, acima de um fato que é devastador e aí tem a resposta da atual gestão. Que é uma gestão que não tem muita preocupação com uma imagem muito simpática, muito empática de tentar entender o todo e só entender o que é importante para essa gestão. Então, é muito difícil ficar de algum lado”, disse Raphael Prattes.

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“Esse episódio é só mais uma página vergonhosa da trajetória do Flamengo lidando com uma tragédia. A postura do Flamengo como instituição sobre o incêndio no Ninho do Urubu é deplorável e não é de hoje. Isso só comprova que a preocupação do clube não é com as famílias, em dar uma resposta à sociedade, de porque esse incêndio aconteceu, de quem são os responsáveis, mas sim com a imagem do clube. Se preocupam somente com patrocínios, como isso pode afetar o clube. Uma declaração de um ex-presidente deveria ficar em segundo plano. O mais importante, o foco do Flamengo como instituição e até da política interna deveria ser dar uma resposta urgente às famílias. Seja por meio de uma auditoria,  uma investigação interna que vai chegar a conclusão se foi da gestão Bandeira ou da gestão Landim ou se foi uma responsabilidade compartilhada, mas a sociedade precisa saber. Essa é uma resposta que a justiça ainda não deu e muito menos o Flamengo. Tem pouca gente lá dentro preocupada, tirando alguns pequenos grupos que se mobilizam para dar uma resposta as famílias, com a dor da pessoas que perderam seus filhos na tragédia. Então, pra mim isso é o mais escandaloso”, disse Breiller Pires.