‘O interesse pelo Claudinho é verdadeiro’, confessa Braz em coletiva

Dirigentes não fugiram das perguntas e abriram o jogo sobre as contratações

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(Foto: Reprodução FlaTV)

Como de praxe, após a coletiva de apresentação de Luiz Araújo, o vice-presidente de futebol Marcos Braz, e o diretor Bruno Spindel se disponibilizaram para responder perguntas da imprensa. Temas como contratações, interesse em jogadores, e até a discussão entre Gabigol e Braz foram abordadas durante a coletiva.

Abrindo a entrevista, Braz foi questionado sobre o suposto interesse em Claudinho, meia de 26 anos do Zenit. O vice-presidente confirmou interesse no jogador, e admitiu que as negociações estão em estágio inicial.

“O interesse pelo Claudinho é verdadeiro. A gente já falou com o empresário, ver de fato o tamanho do empenho que o jogador pode fazer para essa contratação acontecer. O Flamengo vai tentar pagar o menos possível, perto do justo, eles vão pedir o que eles acham que de fato vale o jogador. Procedimento natural, tem que ter paciência.”, explicou Braz.

Sobre as negociações com De La Cruz, Braz explicou quais são as dificuldades e os entraves. “De fato é outra negociação que o Flamengo entende que é um jogador qualificado para estar aqui, mas o River Plate sentou em cima da multa contratual, que é de 16 milhões de dólares, e o Flamengo entende que esse valor não seja razoável para pagar. A gente quer pagar o preço que a gente acha justo, e a gente já transmitiu isso para os empresários do jogador. Se tiver algum entendimento que a gente possa conversar sobre esse número (preço), o Flamengo tem interesse no jogador.”, explicou Braz.

Questionado sobre a possibilidade da chegada tanto de Claudinho quanto de De La Cruz, ou se seria um ou outro, o vice presidente falou sobre a imprevisibilidade do mercado, e não descartou a chance. “Entre um jogador e outro ou os dois jogadores, é claro que numa situação normal seria um ou outro, claro. Mas o mercado está aberto, a gente não sabe o que a gente perde, a gente não sabe o que pode vir. Então dependendo do que perder, você faz os ajustes e pode ir para os jogadores que possam qualificar o elenco.”

Sobre o interesse no zagueiro Lucas Veríssimo, Spindel foi curto. “É um belíssimo jogador, mas negociação no momento não há aberta por ele. Mas é um ótimo jogador”. Curto também foi Braz ao falar sobre interesse no volante Wendel. “O Flamengo não terá interesse e não terá meu contato. Não teve contato nosso e pelo menos eu não farei contato.”

No assunto Gabigol, Braz falou sobre duas situações distintas. Primeiro falou sobre a renovação do camisa 10, e depois comentou sobre a noticiada briga entre Gabi e o dirigente. “A gente abriu a negociação, já apresentamos o interesse que o Gabriel permaneça no clube. Ainda tem um ano e meio de contrato com a gente, mas isso passa rápido. É um jogador que a gente sabe o tamanho dele, tem absoluta consciência da importância que ele teve em todos os títulos recentes. Mas são números, e com calma a gente vai encontrar um bom número.”, falou sobre a renovação.

“De fato a gente teve uma discussão dentro do vestiário. Essa discussão foi após o Sampaoli dar todas as instruções pertinentes ao jogo. 90% do time já estavam a caminho do campo, para deixar claro que esse episódio nada tem a ver com o jogo. O começo da minha discussão com ele não foi o gramado. Embora a gente possa entender que a reclamação com o gramado seja pertinente, a minha discussão com o Gabriel começou quando o Tannure comunicou a ele que ele teria que ficar mais um pouquinho para ele saber quem seria sorteado para o dopping. Disso para frente é uma situação minha com o Gabriel, e que será resolvida. Eu não preciso de nenhum intermediário para resolver nada.”, confessou Braz.

Com o tema da briga, o gancho das perguntas foi diretamente para o motivador da discussão segundo as reportagens: o gramado do Maracanã. No tema, Braz e Spindel falaram, sem demonstrar nenhuma solução, mas afirmando contrariedade a ideia de um gramado sintético.

“A primeira coisa que a gente tem que falar do gramado, e talvez seja duro, mas a gente tem que dizer isso. O gramado do Maracanã nunca será maravilhoso, nunca será muito bom, pelo número de jogos que existem lá. O nosso problema é a quantidade de jogos, é o grande causador do estado do gramado. Como a gente resolve isso? O gramado eu não sei o que fazer, mas se tiver menos jogos vai melhorar. É um problema que a gente não consegue resolver, que não está no departamento de futebol para resolver, mas mesmo que fosse, com esse número de jogos é impossível. A única solução para o Flamengo e para o Fluminense jogarem 90 jogos, é o sintético. E isso é um absurdo.”, lamentou Marcos Braz.

Já Spindel foi mais assertivo no posicionamento contra o gramado sintético. “A posição do Flamengo é contrária aos gramados sintéticos. A gente entende que é outro esporte praticado, a gente entende pelas nossas experiências com o pós-jogo de grama sintética é prejudicial à saúde dos jogadores. Tem uma série de intercorrências que ocorrem depois de jogar no sintético. A gente é terminantemente contra o uso desse gramado. Nas grandes ligas do futebol europeu, o sintético não é permitido.”, criticou o diretor.

Questionados sobre o contrato do ídolo Bruno Henrique, que se encerra no final da temporada, os dirigentes demonstraram interesse na permanência do camisa 27. “Bruno Henrique é um jogador que dispensa comentários. A gente na hora certa vai conversar com ele, é um jogador que nos interessa, que é de casa, que sempre nos ajudou. A gente acredita que não vai ter nenhum problema para que ele continue.”, elogiou o vice-presidente.

Outro ídolo que está com contrato no final é o camisa 7 Everton Ribeiro. Spindel disse que enxerga a situação dele e de BH como parecidas com as situações já enfrentadas com os Diegos e Filipe Luís. “Eu entendo que o caso do Everton e do Bruno é parecido com outros casos que tivemos aqui, quando as renovações correram super bem no momento que o clube e os atletas entenderam que era o momento. A gente espera que de tudo certo. Além de serem craques, terem uma história grande aqui no Flamengo, fazerem parte de uma das gerações mais vencedoras do clube, é uma geração de caráter, que segue lutando para ser campeã e dar alegria para os torcedores a todo tempo.”

Com a janela aberta e o assédio do futebol europeu principalmente em jovens jogadores, a venda de Matheus França e Victor Hugo é vista por muitos como certa. Perguntado sobre a projeção de venda dos jogadores, Spindel falou sobre a importância deles para o time principal do Mais Querido. “São dois atletas que fazem parte do elenco profissional, que são importantes demais pro clube, que já são uma realidade. Se chegar uma oferta, a gente sempre vai analisar. São joias da nossa base, do futebol mundial, e fazem parte do elenco principal do Flamengo.”, afirmou.

Ainda no tema de saídas, Braz e Spindel foram perguntados sobre as saídas de Vidal e Varela. Para o volante, um suposto interesse do Inter Miami, clube do Messi, e para o lateral uma saída por falta de espaço no elenco. Sobre Vidal, os dirigentes foram breves: “não há nada”.

Já no assunto Varela, Braz comentou que não existe interesse em negociar o atleta por parte do Flamengo. “Pra mim não tem absolutamente nada. Essa conversa entre técnicos e jogadores sobre serem aproveitados ou não acontecem sempre. São situações que mudam, que tem ajustes. O Varela é um jogador de Copa do Mundo, e está dentro do nosso elenco. Se o jogador apresentar insatisfação a gente conversa.”, disse o dirigente.

Perguntados sobre a força financeira do Mengão, que já comprou Gerson e Ayrton Lucas em janeiro, investiu em Luiz Araújo e Allan nessa janela, enquanto mantém o interesse em Claudinho, Bruno Spindel comentou sobre o poder de compra do Mais Querido.

“A gente não trabalha com o princípio de expor pro mercado metas orçamentárias para que a gente possa estar na mesa de negociação sem que o clube do outro lado da mesa faça qualquer inferência sobre a estratégia do Flamengo. O que o Flamengo mostrou desde o início da gestão do presidente Landim, e sempre vai ser um principio é a responsabilidade financeira. Então é o clube ter níveis adequados de caixa, de envididamento, e nesses parâmetros o Flamengo vai ao mercado tendo essa responsabilidade. Acho que agora (pós-COVID) a gente pode ir diluindo esses investimentos ao longo do tempo e equilibrando o que for necessário.”, confidenciou o dirigente.