Um dos principais jogadores do Flamengo, Arrascaeta não se juntará à seleção uruguaia nas próximas duas partidas das Eliminatórias. Com isso, o jogador segue se recuperando de lesão e busca os 100% de condição física para a disputa da final da Libertadores, contra o Palmeiras. O DIÁRIO DO FLA fez um retrospecto do meia atuando pelo país de origem.
Antes mesmo de se transferir ao futebol brasileiro, para o Cruzeiro, em 2015, Arrascaeta já se destacava pelo Defensor Sporting, e foi convocado para a seleção Sub-20 para a Copa do Mundo da categoria, em 2013. Um ano depois, chamou atenção de Óscar Tabárez e foi chamado para um amistoso contra a Coreia do Sul. O jornalista uruguaio Juan Silvera falou sobre Arrascaeta na equipe nacional.
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“Na seleção ele não tem a mesma importância que tem no Flamengo, até porque as equipes jogam diferentes. No Uruguai tem o De La Cruz, que pode substituir Arrascaeta sem problemas. Os dois podem resolver uma partida tranquilamente com gols ou assistências, e geram debate na imprensa uruguaia, se joga um ou outro”, disse Silvera, antes de emendar:
“Já no Flamengo, a ausência do Arrascaeta é mais sentida, por conta do nível de exigência e do entrosamento com os companheiros. Não acredito que a ausência do Arrascaeta vai interferir nos próximos resultados das Eliminatórias. Outros jogadores importantes também não foram convocados, como Valverde, Viña, De La Cruz e Cavani”, complementou.
Pelo Uruguai, Arrascaeta marcou o primeiro em 2015, em amistoso contra a Guatemala, mas passou a ganhar mais oportunidades como titular só dois anos depois. Jogou a Copa do Mundo de 2018 e Copa América de 2019, mas sem grande destaque. A partir de 2021 começou a se brilhar mais pela Celeste e já marcou três gols nas últimas quatro partidas das Eliminatórias. Ao todo, o meia já defendeu o país 34 vezes, com seis gols e quatro assistências anotadas.
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“Na imprensa uruguaia, Arrascaeta é visto como um jogador importante para o conjunto, reconhecem que ele não tem o mesmo desempenho na seleção como no Flamengo. Já no Rubro-Negro, os veículos uruguaios o veem como um maestro, um goleador, um jogador diferenciado. Na seleção ele não é cobrado pela imprensa para ter esse protagonismo”, explicou Juan.
O crescimento do jogador no Flamengo nos últimos anos também se alinhou ao maior número de convocações e utilização do atleta por Óscar Tabárez. Com isso, se levantou novamente a discussão sobre utilização de jogadores que atuam no Brasil nas Datas-Fifa, como ocorreu também com Gabigol e Éverton Ribeiro na Seleção Brasileira.
Só em 2021, Arrascaeta desfalcou o Flamengo em mais de um mês completo somando Copa América e Eliminatórias. No entanto, a situação com o uruguaio foi ainda pior por conta da lesão muscular adquirida na partida contra a Colômbia, no dia 7 de outubro. Desde então, Arrascaeta não atua entrou mais em campo. Para Juan, o problema está no calendário imposto pela CBF.
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“Os clubes tem que ceder os atletas para as Datas-Fifa, e esse calendário é divulgado com bastante antecedência. O Uruguai responde à Fifa e não a CBF. Os clubes que tem de fazer frente à CBF para evitar esse conflito nas datas. Na Europa os campeonatos são adequados para respeitas as convocações”, afirmou, antes de finalizar:
“Enquanto o futebol brasileiro continuar sendo dirigido desta forma não tão profissional e com interferência de terceiros, como os conglomerados de comunicação, esses conflitos vão permanecer. O calendário do futebol brasileiro sempre foi montado como se o mundo girasse em torno dele, e não é bem assim”, encerrou o jornalista.