No confronto entre Palmeiras e Flamengo no Allianz Parque, cada equipe teve seu tempo de domínio. No primeiro tempo, o Palmeiras prevaleceu, enquanto o segundo tempo foi de controle do time rubro-negro.
No entanto, é impossível ignorar a influência direta da arbitragem no resultado, principalmente pela falta de revisão do VAR no pênalti cometido por Richard Rios sobre Everton Ribeiro. É impressionante como as reclamações sobre a arbitragem frequentemente surtem efeito positivo nos jogos seguintes, especialmente para a equipe que protesta. Ainda mais quando joga em casa. Pelo menos é a opinião do jornalista André Rocha.
Além disso, vale destacar que, considerando o nível de competição dos dois principais times da América do Sul, vencedores de todas as Libertadores e três dos últimos quatro Brasileiros desde 2019, a disputa ocorreu em um ritmo abaixo do esperado.
O jogo apresentou um ritmo mais lento, menos pressão na saída de bola e mais espaços para os times atuarem. Era evidente que ambas as equipes buscavam a vitória e entendiam a importância simbólica do duelo, mas claramente estavam com a mente voltada para a Copa do Brasil.
A escalação inicial de Jorge Sampaoli, com Luiz Araújo e Everton Cebolinha nas pontas, refletiu tanto uma estratégia para o jogo como também a consideração da partida seguinte, que será disputada em um gramado sintético na Arena da Baixada.
No primeiro tempo, essa estratégia não funcionou, com as laterais do Palmeiras expostas para Mayke e Piquerez. A reação veio na segunda etapa, com Everton Ribeiro e De Arrascaeta entrando em campo e protagonizando o gol de empate, com uma assistência do camisa sete e um cabeceio preciso do uruguaio.
O empate, somado à vitória do Botafogo sobre o Grêmio em Porto Alegre por 2 a 0, coloca o Flamengo na segunda posição da tabela. No entanto, a equipe está a dez pontos do líder absoluto e, atualmente, principal candidato ao título do campeonato nacional, apesar das distorções absurdas que valorizam tanto as competições mata-mata.
Por isso, André levanta a questão: o Flamengo terá fôlego, consistência e interesse suficientes para buscar esses dez pontos nas 24 rodadas restantes? Ou a grande desvantagem se tornará a desculpa perfeita para o clube abandonar o Brasileirão e concentrar-se nas copas?
Será que a preguiça de enfrentar as 38 rodadas, com suas 16 viagens, voltará a prevalecer no clube de maior faturamento do Brasil? O Flamengo sempre tratará os pontos corridos como a última opção, apenas quando não houver mais nada em disputa?
Vale ressaltar que nem sempre haverá tempo para uma reviravolta, como aconteceu em 2009 e 2020. Somente em 2019 foi diferente, a partir da décima rodada, pois havia um comando que não permitia o nível cair. Dessa vez, será necessário contar com essa mesma determinação, mesmo que seja para encerrar o campeonato com a consciência tranquila de que foi dado o máximo. Essa é uma obrigação para um clube da magnitude do Flamengo.