O técnico Jorge Sampaoli completou pouco mais de 100 dias no comando do Flamengo, e embora seja um período insuficiente para um veredicto definitivo sobre seu trabalho, o jornalista Carlos Mansur ressalta que é tempo o bastante para identificar sinais de preocupação no desempenho do rubro-negro carioca.
Desde que Sampaoli assumiu o cargo, o Flamengo teve menos da metade dos 25 jogos sob o comando do treinador considerados convincentes. O empate por 1 a 1 contra o América-MG, no último sábado, apenas confirmou problemas recorrentes na equipe, e Mansur destaca a campanha desapontadora até o momento.
Quando o Flamengo foi dominante, conseguiu pressionar a saída de bola adversária, recuperar a posse rapidamente e chegar com perigo ao ataque. Porém, o time mostrou dificuldades quando precisou controlar o ritmo do jogo e criar oportunidades de forma mais paciente e construtiva. A falta de aproximação e combinação entre os jogadores tornou a tarefa de criar espaços para finalização mais desafiadora.
O dilema do time fica evidente: a pausa solicitada por Sampaoli proporciona um maior controle do jogo, mas não tem sido suficiente para potencializar a criação de jogadas; enquanto a aceleração, apesar de atacar espaços com maior eficácia, também tem exposto o Flamengo a momentos de descontrole e perigo nos contra-ataques adversários.
No segundo tempo contra o América-MG, o Flamengo não conseguiu se favorecer de nenhum dos cenários, não acelerando o jogo nem defendendo bem os contra-ataques. As mudanças feitas por Sampaoli resultaram em um time dividido em duas partes: uma parte atacava a última linha da defesa adversária, enquanto a outra, sem articulação, tentava encontrar os homens de ataque a qualquer custo. Esse cenário deixou o Flamengo exposto e vulnerável.
Diante disso, o resultado do jogo se tornou uma preocupação para a torcida, e o jornalista destaca que o Flamengo pode terminar a rodada a uma considerável distância do líder Botafogo, o que indica que o clube corre o risco de completar o terceiro ano consecutivo sem sequer disputar verdadeiramente o título do Brasileirão, apesar de suas receitas superiores a R$ 1 bilhão.