‘Flamengo não tem a marca do treinador, nem o jogo intuitivo’ dispara jornalista

A responsabilidade por essa discrepância recai sobre várias partes

A história do Flamengo esse ano é composta de altos e baixos, e nesses últimos três meses tem sido de uma regularidade nos resultados. Porém, no desempenho, a instabilidade permanece desde o início da temporada.

Segundo o jornalista André Rocha, o técnico Jorge Sampaoli nesses 100 dias de trabalho vem demostrando dificuldade de implementar de forma mais direta o seu estilo de jogo. O jogo de posição é uma abordagem complexa e estratégica no futebol, que envolve diversos conceitos. A ideia é ter a posse de bola, não apenas para atacar, mas também para se defender.

Pep Guardiola, renomado técnico e expoente do jogo de posição, utilizou até quatro zagueiros na temporada vitoriosa do Manchester City. Outros técnicos, como Domènec Torrent, Rogério Ceni, Paulo Sousa e Vitor Pereira, tentaram implementar essa abordagem com os jogadores do Flamengo, e agora Sampaoli também assume o desafio de fazer com que os atletas rubro-negros assimilem.

No entanto, os jogadores do Flamengo têm um instinto mais intuitivo, móvel e anárquico ao se aproximarem da área adversária. Eles preferem tocar a bola sem esperar ou seguir os movimentos estratégicos para manipular a marcação, acelerando e definindo os ataques.

Apesar disso, o Flamengo tem obtido sucesso em suas competições graças à qualidade do seu elenco, que é considerado um dos melhores do continente. No entanto, sempre paira a sensação de que essa contradição entre o modelo tático proposto e a forma de jogar dos atletas pode se transformar em uma catástrofe, assim como aconteceu em um jogo contra o RB Bragantino, onde o time sofreu uma goleada.

A responsabilidade por essa discrepância recai sobre várias partes. Sampaoli tem o desafio de conseguir “vender sua ideia” para os jogadores, e estes, por sua vez, precisam se dispor a entender e adotar um modelo tático diferente para se tornarem mais completos e eficientes. Entretanto, os dirigentes também têm sua parcela de culpa, pois têm alterado o comando técnico sem um alinhamento técnico adequado, o que dificulta a implementação e assimilação das ideias do treinador pelos jogadores.