Paulo Sousa assumiu o comando do Flamengo para a temporada 2022. O português de 50 anos brilhou nos gramados como jogador, no entanto, como treinador ainda está em busca de um trabalho que o faça subir de nível, por isso assumiu o Mais Querido. Em entrevista para a Fla TV, o novo técnico do Mengão contou sobre a trajetória do menino que descobriu a paixão pelo futebol nas ruas e na garagem de seu pai.
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”Meu nome é Paulo Manoel Carvalho de Sousa, tenho 50 anos. Desde muito cedo consegui perceber meu proposito de vida, a minha grande paixão, que foi o futebol. Tudo começou na rua e na minha garagem, que meu pai usava para trabalhar, ele era mecânico de motos. Isso me deu uma possibilidade que pudesse me desenvolver com a minha bola de plástico, bem leve, e fui desenvolvendo minha técnica individual. Porque a Televisão era preta e branco e passava pouca coisa, a internet não existia, isso fez com que eu fosse criativo e procurasse sempre desafio atrás de desafio. Isso tudo serviu para mais tarde para aquilo que não sabia que iria acontecer, ser um profissional de futebol. Aos 14 anos fui para Lisboa, para jogar no Benfica, onde todo meu processo de crescimento pessoal e profissional se desenvolveu.”, disse Paulo Sousa.
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Com a chegada em um grande clube português como o Benfica, Paulo teve todas as ferramentas necessárias para desenvolver ainda mais seu futebol, vindo a ser convocado para as categorias de base da seleção nacional. Com o título do Campeonato Mundial sub-20, Paulo Sousa tornou-se um jogador mais influente na Europa e despertou interesse de um time da Itália, região onde todo jogador estrangeiro gostaria de atuar segundo o técnico, a Juventus.
”Com a oportunidade do Benfica, foi um momento super importante para mim e para minha geração porque houve um crescimento acadêmico, estava estruturado, bem organizado. Uma parte da estrutura do futebol que permitiu desenvolver um perfil de jogadores e de equipes, como foi o caso da seleção nacional através de clubes importantes como o Benfica, Sporting, Porto, Vitória de Guimarães de forma a poder alimentar a seleção nacional. Passado 3 anos desse processo, conseguimos conquistar pela primeira vez o Campeonato Mundial sub-20, na Arábia Saudita. Comecei a ser um jogador influente, importante e várias oportunidades se criaram. O mais importante, naquela altura, todo jogador estrangeiro importante queria jogar e joguei, que era o Campeonato Italiano.”, comentou.
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”Na Juventus, um clube com cultura de vitória importante no futebol italiano e mundial. Foi um ano extraordinário, 9 anos que o clube não ganhava campeonato e que não tinha expressão de títulos, conseguimos ganhar o campeonato nacional e chegamos a final da Taça da UEFA, ganhamos outras duas taças também, a Supertaça e Taça Italiana. De forma a podermos dar uma continuidade ao segundo ano, ganhamos um campeonato muito importante que foi a Champions League.”, completou.
Confira outros trechos da entrevista do Mister Paulo Sousa:
Lesões e ida ao Borussia Dortmund
”Tive várias lesões importantes a nível articulares, que não me permitiram a dar continuidade a qualidade de jogo que sempre apresentei nas equipes que joguei. Acabei tomando a decisão de ir para Dortmund, tinha jogado com eles duas vezes contra eles e tinha identificado uma equipe que podia me potenciar e que necessitava do meu futebol. Então com a lesão e com o desacreditar da Juventus na minha recuperação e em tudo que podia dar no futuro, eu tomei a decisão de ir para a Dortmund e acabei disputando uma final de Champions exatamente contra a Juventus, a equipe que ganhamos no ano anterior.”
Estilo de trabalho no Flamengo
”Gosto de ver minhas equipes protagonistas, dominadoras, ofensivo e organizado. A nível de liderança estou positivo, confiante e com fortes convicções.”
Contato dos dirigentes Rubro-Negros
”Para mim foi extraordinário a forma que chegaram, procurando conhecer a minha metodologia de trabalho, como interajo com meu staff, como nós nos relacionamos entre nós e com o grupo. O conhecimento que eu tinha do elenco do Flamengo, das ideias que foram protagonizadas no anos anteriores, como eu via, que passo iriamos dar dentro desse mesmo elenco, do futebol que gostamos e queriamos profissionalizar. Também o conhecimento introdutório de quem é quem, de que tipo de clube eu poderia esperar. Isso me direcionou como líder a uma tomada de decisão, que se concretizou nos próximos dias”
Conhecimentos sobre o Flamengo
”O Flamengo está presente na vida de quem ama o futebol, tem uma dimensão imensa que abrange os 4 cantos do mundo. Vivemos a vida do Flamengo, mesmo que seja mais superficial e distante. Quando surgiu essa oportunidade eu me aprofundei no elenco, querendo conhecer mais a estrutura, o presidente e os vários cargos, as competências e procura-las entender mais um pouco. Fundamentalmente aquilo que mais me interessava era o conhecimento individual do elenco, do coletivo, como eu vejo futebol e como gosto de ver minhas equipes jogarem, o que eles tem que fazer. Mas somente no dia a dia que teremos esse conhecimento, de saber a capacidade do processo aquisitivo, de como eles interagem com ideias e como eles recebem, uns levam mais tempos que outros. O mais importante é eu como líder é adaptar mais as características individuais do jogadores e dentro da minha ideia integra-los, para que eles se sintam confiantes no potencial que podem atingir. Eu acredito que tem jogadores que podem atingir muito mais coisas e é neles que vamos investir mais.