Ex-dirigente do Flamengo fala sobre reestruturação financeira do clube: ‘Podia estar devendo R$ 3 bilhões’

Rubro-Negro é exemplo atual de gestão financeira no futebol brasileiro

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(Foto: Gilvan de Souza)

O Flamengo hoje é um grande exemplo de finanças no futebol brasileiro. Contudo, nem sempre o Mais Querido teve grande estrutura na área. Nesse sentido, o ex-presidente de finanças, Claudio Pracownik contou detalhes sobre as dificuldades que o clube enfrentou antes da reestruturação, em entrevista ao “Charla Podcast”.

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“Cada um real que recebia, pagava 13 de dívida. Nós éramos uma Dívida Futebol Clube. Vemos o Botafogo ser vendido para um grupo de mídia, um projeto de reestruturação bacana. Falavam que o Botafogo estava quebrado, com 1,2 de dívida. A do Flamengo seria muito superior a essa. Se era R$ 880 milhões estimado em 2013, bota o índice de correção e veja quanto seria: R$ 3 bilhões”, disse Pracownik.

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Negociação 

Além disso, o ex-dirigente detalhou sobre negociação que teve que passar com atleta do clube para ilustrar como a situação na época era caótica. O Flamengo passou por grande crise até se reestruturar por completo e ser hoje um exemplo de gestão.

“Teve uma negociação com um jogador que estava querendo penhorar o Flamengo. Peguei ele, levei até a varanda da Gávea e mostrei a piscina para ele. Vazia. Que foi um símbolo da nossa gestão. A piscina estava com furo. Não dava para botar água se ela vai embora. É o símbolo do desperdício econômico. Ai falei para ele que a bomba da piscina tinha duas penhoras. ‘Você acha que eu estou preocupado com a sua penhora? Estou oferecendo te pagar e vou honrar. Vai receber tudo, no tempo que eu possa te pagar. Ou você pode se contentar a ser a terceira penhora da bomba’. Ele falou: vamos entrar e conversar”, contou.

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“Você pode seguir aquele mundo antigo, de ir se endividando e chegar aonde o Cruzeiro chegou. A gente sabia que podia acontecer (o rebaixamento). A gente foi campeão da Copa do Brasil (2013) sei lá como, na camisa. A gente falava: se tiver que cair, vai cair, mas a gente sobe para nunca mais cair. Cruzeiro foi o contrário: caiu e foi ficando. Se não tivesse a oportunidade da lei da SAF, poderia ficar lá o resto da vida, cair para a Série C e acabar o clube”, finalizou.