A importante reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo foi marcada por muita confusão, protestos e um final em aberto. Duas pautas foram votadas: sobre a possível extensão do mandato presidencial de 3 para 4 anos e a proibição de presidentes em cargos políticos.
O possível aumento do mandato presidencial foi a primeira questão a ser votado. O atual mandatário, Rodolfo Landim, discursou e afirmou que não se aplicaria nele, falando que não tinha o desejo de ficar “nem um dia a mais”.
Ainda assim, existia uma preocupação dos conselheiros de que, caso a emenda fosse aprovada, tentassem aplicar no atual presidente. Assim, o grupo liderado pelo ex-mandatário, Eduardo Bandeira de Mello, e o que apoia Luiz Eduardo Baptista, o Bap, formaram maioria e votaram contra.
Dessa forma, a emenda foi reprovada. Até aí, se do lado de fora da Gávea aconteciam protestos, com direito a carro de som rodando criticando o Landim, internamente tudo ocorria bem. Entretanto, foi na votação seguinte que a confusão aconteceu.
O intuito da votação era claro: impossibilitar Eduardo Bandeira de Mello, atualmente deputado estadual, a concorrer novamente à presidência. Ao mesmo tempo, blindaria o vereador Marcos Braz a permanecer no clube, pois a mudança seria apenas para o cargo de presidente.
Antes da votação começar, inclusive, uma conselheira afirmou que a emenda deveria se estender para os cargos de vice-presidentes do clube. Já após os votos serem feitos, mais uma derrota para o grupo político de Landim, com a emenda não sendo aprovada.
Novamente, os grupos de Bandeira de Mello e Bap, que é pré-candidato às eleições do ano que vem, formaram ampla maioria para derrubar a emenda. Mas, foi aí que começou a confusão, chamada posteriormente pelo Bandeira de “golpe”.
Pressionado por Landim, o presidente do Conselho, Antônio Alcides, pediu uma recontagem dos votos. Após três tentativas conturbadas, e com a ausência de muitos conselheiros que se retiraram da sessão com a homologação do resultado inicial, houve bate-boca intenso e a votação foi suspensa.
Dessa forma, o CODE deve convocar os conselheiros em nova data para votação da emenda estatutária sobre a proibição do presidente do Flamengo ter cargo público. Após a confusão, Bandeira de Mello comentou: “Achei que era só um golpe estatutário. Mas foi muito mais.”
Já Rodolfo Landim não concedeu entrevista. O presidente, inclusive, protagonizou uma cena inusitada. Quando foi sair da sede do clube, o mandatário viu os protestos, deu meia volta e resolveu ir por outro lado.