Um dos nomes com contrato perto do fim é o lateral Rodinei. O jogador tem futuro incerto no Fla, mas dificilmente permanecerá no clube para a próxima temporada. Em entrevista exclusiva ao ‘GE’, entre diversos assuntos, Rodinei falou sobre o bom ano de 2022 e a possibilidade de permanência no time.
“Um jogador desacreditado e muitas vezes perseguido por muitas pessoas, que disseram não ter nível para o Flamengo , e hoje poder desfrutar esse ano e ser um dos protagonistas do time é maravilhoso”, disse, antes de emendar:
“Desde que eu comecei, trabalho para ter momentos como os que eu tive em 2022. Nos anos anteriores não conseguir esse nível tão alto. Em 2014 e 2015, na Ponte Preta, foi sensacional para mim. Quando chego ao Flamengo em 2016, tinham seis, sete clubes que me mandaram proposta. Já tive outras temporadas boas, mas a dimensão no Flamengo é diferente. No Flamengo, posso dizer, sim, que 2022 foi a minha melhor temporada. Isso foi com muito trabalho, muito esforço”, complementou.
Confira outros trechos da entrevista:
Redenção
“Não fico surpreso porque eu sempre soube da minha qualidade. Muitas vezes alguns treinadores fazem o jogador se adaptar ao estilo dele. Quando chega um e fala para fazer as coisas como se sente bem, é onde mostramos o talento. E todos sabem que não sou um grande marcador, não precisam ficar me falando isso toda hora. Eu sei das minhas limitações. Se eu fosse um grande marcador, um cara que ataca muito bem e faz gols todos os jogos eu estaria no Bayern de Munique, no Real Madrid, e não no Brasil, com todo o respeito. Não é que eu faça o que eu quero, mas o Dorival me dá liberdade de ir para cima. É uma redenção grande, mas eu sabia do meu potencial”
Retorno ao Flamengo
“Quando tive a chance de ir para o Inter fiquei feliz porque vi a vontade do clube de me levar. Quando eu volto, voltei com confiança. O Inter não exerceu o direito de compra. Minha expectativa no retorno era alta porque tinha feito uma boa temporada no Inter, e precisava demonstrar meu valor no Flamengo. Tinha Matheuzinho, Isla, que são excelentes laterais, mas no futebol cada um luta pelo seu espaço. É uma coisa de momento. Continuei trabalhando, e agora o professor Dorival armou um esquema que me favorece. Eu sou o desafogo pela lateral”
Relação com David Luiz
“O David virou um irmão mais velho. Desde a primeira vez que me viu treinar enxergou potencial, acreditou em mim: “Não sei por que você não joga, por que não tem uma temporada fantástica. Você tem tudo, o físico, a qualidade técnica… várias coisas que nem na Europa eu vi”. Me deu muita moral”
Mudança no jeito de ser
“Nunca foi uma preocupação, mas claro que às vezes incomoda, porque quero ser lembrado pelo que faço dentro de campo. Não entro em campo para dar risada e brincar, sou profissional. Entro para dar a vida. Mas não vou perder a minha essência, não desfrutar da vida. Rodinei fechando a cara para todo mundo? Não. Nas redes sociais às vezes eu dava uma exagerada nas brincadeiras, mas isso eu mudei. Passei a ocupar mais meu tempo vendo jogos, me concentrando”
Nome na pré-lista para a Copa
“Primeiro não tinha saído o meu nome nem o do João Gomes. Quando fiquei sabendo, foi uma emoção muito grande, como se eu tivesse sido convocado. Estar numa lista de tamanha importância não é para qualquer um. Agradecer a todo mundo que esteve junto comigo nos momentos bons e ruins. Vou levar isso para o resto da vida”
Chance de permanência
“Não depende só de mim. O Flamengo deve estar esperando terminar o Brasileiro, mas essa bola eu jogo para o meu empresário. Não posso sentar na mesa e negociar, não tenho esse poder. Deixo para o meu empresário decidir com a diretoria”, finalizou Rodine