Após a falha na final da Libertadores 2021 que culminou no título do Palmeiras, Andreas Pereira vive um clima de pressão constante no Flamengo. As cobranças e críticas da Nação Rubro-Negra se tornaram cada vez maiores devido as atuações abaixo do nível do camisa 18 nesta temporada. Apesar da vitória no clássico contra o Vasco, no último domingo, o meia não jogou bem e ouviu intensas vaias das arquibancadas, que visivelmente abalado, foi abraçado por Paulo Sousa ao ser substituído.
A oscilação no desempenho de Andreas, junto com o peso do erro na decisão da Libertadores fizeram a torcida do Mais Querido questionar bastante se o Mais Querido realmente deve pagar 10 milhões de euros para contratar o atleta, que está emprestado pelo Manchester United, em definitivo.
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Para o colunista do portal ”UOL”, Danilo Lavieri, esses fatores parecem afetar claramente a atuação de Andreas Pereira em campo, além de deixar em evidência um assunto que precisa ser discutido, o debate sobre a saúde mental no esporte. O contexto da situação reforça como o trabalho psicológico com os atletas é de extrema importância.
Segundo a psicóloga do Fortaleza, Liana Benício, é uma questão de tempo para o tabu da discussão sobre a psicologia no esporte acabar. Para Liana, é primordial que todos os clubes, não apenas os brasileiros, estejam preocupados em desenvolver cada vez mais os departamentos da área no futebol.
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“Entendo que isso tem a ver com o desenvolvimento cultural, porém é apenas questão de tempo. Estamos conseguindo quebrar muitas barreiras”, iniciou Liana. “Assim como ocorre no Fortaleza, é importante a preocupação de outros clubes do Brasil e do exterior, para que os departamentos de psicologia no futebol estejam cada vez mais desenvolvidos”, concluiu.
De acordo com Júnior Chávare, executivo de futebol com passagens por diversos clubes grandes, como Bahia, Atlético-MG, São Paulo, Grêmio e Juventus, a pressão da torcida e da imprensa no futebol é imediatista, se importando apenas com o desempenho do atleta. Para Júnior, problemas familiares e pessoais, que na maioria das vezes não são revelados, acabam potencializando muito a atuação do jogador em campo, como nas dificuldades técnicas, que apenas renderão mais críticas.
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“Muitas vezes ficamos presos somente à questão do “hoje”, da pressão midiática e da torcida, mas o jogador tem inúmeros outros problemas, como pressões familiares e comportamentais que, muitas vezes, sequer chegam ao público. Isso pode ser um agente catalisador para que os problemas se potencializem e sejam traduzidos dentro de campo, em dificuldades técnicas, que resultarão em mais cobranças ainda”, pontuou.