Flamengo e Palmeiras se enfrentam neste sábado (27/11), às 17h, no Estádio Centenário, pela grande final da Libertadores. É o momento da verdade. São os dois últimos campeões da competição e que criaram uma grande rivalidade recente, por serem as principais equipes brasileiras dos últimos anos. O Mais Querido vai a campo com força máxima, tendo o importante retorno de Arrascaeta à equipe titular. O adversário é forte e o confronto não será simples. Ainda assim, o rubro-negro tem tudo para ter uma grande atuação e conquistar de novo o título.
Com todos os jogadores disponíveis, tirando Léo Pereira, que está suspenso, Renato Gaúcho vai poder botar em campo o time considerado titular. Dessa forma, Michael, que vive grande momento, começa a partida no banco, para o retorno de Arrascaeta no meio, como previmos na análise feita durante a semana. Assim, o treinador deve colocar o Flamengo de volta no 4-2-3-1, que varia para o 4-4-2, com: Diego Alves; Isla, Rodrigo Caio, David Luiz e Filipe Luís; Willian Arão e Andreas Pereira; Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique; Gabigol.
Nesse esquema, os zagueiros fazem a saída de bola, com Arão recuando entre eles para auxiliar. Assim como o volante, David Luiz é responsável pelas bolas longas, tentando acionar os jogadores de frente. Os laterais, por sua vez, têm bastante liberdade de avançar. Pela direita, Isla atua quase como um ala, pois explora constantemente o corredor, já que Everton Ribeiro tem a tendência de cair pelo meio, deixando o espaço no lado. Na esquerda, Filipe Luís constrói mais por dentro para triangular com Arrascaeta e Bruno Henrique, porque BH é quem atua de forma mais aguda, enquanto Gabigol se movimenta bastante na frente, indo bastante para a direita e também explorando o tempo inteiro as bolas enfiadas.
Já Andreas Pereira tem uma função primordial de fazer a transição da defesa para o ataque. O jogador busca a bola no meio para construir o jogo de frente e é o responsável por dar a dinâmica à equipe, seja conduzindo a posse ou dando passes rápidos, sendo o “motor” do time. Além disso, o belga-brasileiro é importante aparecendo na frente como um elemento surpresa, além de poder fazer a diferença com a finalização de longa ou média distância, seja com a bola rolando, ou em cobranças de falta – algo que David Luiz também é especialista.
Arrascaeta, por sua vez, é o cara do terço final do campo. No 4-2-3-1, o jogador atua centralizado, como um verdadeiro “camisa 10”, tendo liberdade para se movimentar pelos dois lados do campo, seja pela direita, para tabelar com Everton Ribeiro e Isla, acionando muitas vezes o chileno na ponta. Na esquerda, nessa formação, é Bruno Henrique quem joga aberto, como um ponta-esquerda, e o uruguaio dá os passes para o jogador, além das enfiadas em busca do facão de Gabigol. De meia-armador, o atleta também pisa bastante na área para finalizar as jogadas. Um dos motivos disso é justamente a movimentação de Gabi. Com o centroavante abrindo muitas vezes na direita, ele cria um espaço na frente, que BH e Arrasca exploram bastante.
No 4-4-2, Arrascaeta se torna um meia aberto na esquerda, não mais centralizado, com Everton Ribeiro na direita. Já na frente, Bruno Henrique deixa de ser um ponta e passa a atuar como um segundo atacante, ao lado de Gabigol. O jogador tem bastante impulsão para receber os cruzamentos e velocidade, para as enfiadas de bola que o uruguaio e ER7 dão. Então, essa movimentação ofensiva de Arrasca e BH, alternando de posição e mudando a formação do 4-2-3-1 para o 4-4-2 e vice-versa é fundamental para confundir a marcação adversária, além das constantes infiltrações.
No banco de reservas, Renato Gaúcho tem algumas opções para mudar a cara do time, caso seja necessário. O principal jogador é Michael. O ponta pode entrar na vaga de Arrascaeta na segunda etapa, por exemplo, caso o uruguaio não tenha condições físicas de permanecer em campo. Assim, o Flamengo ficaria no 4-4-2 que fez nas últimas semanas, com Micha aberto na esquerda, fazendo uma boa dupla com Bruno Henrique. Outra opção seria botá-lo no lugar de Everton Ribeiro, colocando a equipe no 4-3-3. Assim, BH jogaria de ponta-esquerda e Michael na direita, com Gabigol de centroavante e Arrascaeta de meia-armador.
Caso seja necessário, Vitinho também é uma ótima opção para jogar aberto, seja como um ponta, tanto pela direita, como pela esquerda, já que é ambidestro e faz bem os dois lados. O camisa 11 também pode atuar de meia-armador na vaga de Arrascaeta, pois rende bem centralizado, já que tem bom passe e finalização de longa e média distância. Pedro, por sua vez, é um jogador para mudar bem o estilo do time. O Palmeiras é uma equipe com defesa bem forte. Então, o atleta pode ser importante, porque é um centroavante de área, que faz bem o pivô, prendendo os zagueiros, e tem bastante técnica no passe. Na questão defensiva, caso queira fortalecer o sistema, Renato tem Thiago Maia como alternativa no lugar de Andreas Pereira.
É difícil prever qual será a formação e escalação que Abel Ferreira vai botar, já que o português gosta bastante de mudar o time conforme os adversários. Mas, a tendência é que o time paulista jogue de forma mais defensiva, explorando os contra-ataques de velocidade. A equipe também deve tentar as vezes marcar pressão a saída de bola do rubro-negro, principalmente no começo de cada etapa. Na frente há alguns jogadores que se movimentam bem e costumam explorar os buracos entre as linhas defensivas adversárias, principalmente Dudu e Raphael Veiga.
Na defesa, o Palmeiras tem dois zagueiros fortes na bola aérea, com Gustavo Gómez e Luan. Na esquerda, Piquerez é um lateral com bastante qualidade ofensiva, enquanto na direita, Marcos Rocha é desfalque e a tendência é que Mayke atue. Não seria nenhuma surpresa se Abel Ferreira use uma formação com 3 zagueiros, para tentar conter o poder ofensivo do Flamengo. Na frente da primeira linha, Felipe Melo ou Danilo fazem a proteção como 1º volante, enquanto Zé Rafael ou Gabriel Menino atuam de 2º. Há a possibilidade do treinador botar um centroavante de área na frente, seja Deyverson ou Luiz Adriano, mas o mais provável é que jogue apenas com atletas mais leves, para explorar o contra-ataque.
O adversário, então, não será nada simples. Palmeiras é o atual campeão da competição e chegou na final com méritos, eliminando São Paulo e Atlético-MG. Ainda assim, o Flamengo pode muito bem ter uma grande atuação. Qualidade não falta para o Mais Querido, ainda mais com todos os titulares à disposição. Além disso, Renato Gaúcho tem peças interessantes no banco, caso queira mudar a cara da equipe. Ainda assim, para vencer, é preciso entrar focado e com muita intensidade, tanto na defesa, como no ataque. Marcar pressão após perder a posse é fundamental, como trocar passes rápidos e se movimentar na frente, com trocas de posições. O chute de fora da área e a bola parada podem fazer a diferença para o time carioca. Caso faça tudo isso, o rubro-negro tem todas as condições de ser campeão.