O Flamengo venceu o Palmeiras por 3 a 1 neste domingo (12/09), fora de casa, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido entrou em campo bem desfalcado, sem 5 titulares e alguns reservas. Além disso, perdeu Arrascaeta com 20 minutos de jogo. Ainda assim, conseguiu a importante vitória, que mostrou a força do elenco e uma característica importante dele: a adaptação.
O rubro-negro entrou em campo sem Rodrigo Caio, Filipe Luís, Diego, Bruno Henrique e Gabigol, além de não ter Renê e Kenedy à disposição. Ainda assim, Renato Gaúcho conseguiu manter a estrutura do time, em um 4-2-3-1, botando em campo a seguinte equipe: Diego Alves; Isla; Gustavo Henrique e Bruno Viana; Ramon; Arão e Andreas Pereira; Everton Ribeiro, Arrascaeta e Michael; Pedro.
O time começou bem o jogo. Estava tendo a posse e controlando no campo de ataque, mantendo as características. Na defesa, estava deixando um espaço as vezes no meio. As principais jogadas do Palmeiras eram explorando lançamentos, normalmente pela direita, com o jovem Wesley. Então, aos 14 minutos, o alviverde abriu o placar. Weverton lançou Dudu no meio, que abriu justamente para Wesley, mas dessa vez pela esquerda. O jogador foi para cima de Isla e aproveitou uma dobra não muito forte de Andreas Pereira, para passar no meio dos dois e abrir o placar.
Nem deu para o Flamengo sentir o gol. Isso porque, na saída de bola, Arrascaeta conduziu e passou para Pedro na intermediária. O centroavante dominou, viu a infiltração de Everton Ribeiro pela direita e deu bom passe para o meia. O camisa 7 cruzou na medida para Michael, na segunda trave, que cabeceou com perfeição e empatou o jogo. Então, o lance que mudou a cara da partida. Aos 22, Arrasca sentiu a coxa e foi substituído para a entrada de Vitinho.
Sem 6 titulares e o principal “cérebro” da equipe, justamente o jogador que prende mais a bola e que estava tendo grande atuação, o Flamengo se adaptou e mudou o estilo de jogo. Passou a se fechar mais e explorar o contra-ataque. Não atoa, terminou a partida com apenas 42% de posse e menos finalizações que o adversário, o que é algo bem raro. No primeiro tempo, não deixou o rival criar grandes chances, mas também não conseguiu sair tanto.
A segunda etapa começou com o Palmeiras tendo mais a posse de novo e tentando pressionar o Flamengo. Então, aos 8, o time começou a sair mais e tentar controlar a partida. Chegou com perigo, conseguiu um escanteio, na sobra Ramon chutou, desviou na marcação e foi novamente para linha de fundo. Então, a bola parada fez efeito. Vitinho cruzou na medida e Pedro, de cabeça, fez o gol da virada, quebrando o jejum sem marcar de nove jogos.
Depois do gol, Abel Ferreira fez três mudanças. Trocou o volante Danilo por Patrick de Paula, outro jogador da posição, e tirou os pontas Rony (que não estava bem) e Wesley (destaque do time), para entradas dos atacantes Luiz Adriano e Breno Lopes. O objetivo era dar mais força de área, principalmente para aproveitarem as bolas de Dudu e Scarpa – que entrou no lugar de Raphael Veiga no intervalo. Entretanto, teve um efeito negativo para o time, pois perdeu a velocidade pelos lados, que era o ponto de mais perigo.
Renato respondeu às substituições 3 minutos depois. Na frente do placar e com os desfalques, o treinador assumiu de vez a postura reativa, de fechar a casinha e buscar o contra-ataque. Tirou Everton Ribeiro e colocou Thiago Maia. Assim, passou para um 4-3-3-, com três volantes, abrindo Vitinho na direita, mantendo Michael na esquerda e Pedro de referência. Dessa forma, o Flamengo fortaleceu a marcação no meio e ganhou velocidade pelos lados de campo.
Depois, aos 27, Abel Ferreira botou Willian bigode no lugar do lateral-esquerdo Piquerez, para tentar ganhar mais qualidade pela beirada de campo na esquerda. Renato reagiu com uma mudança tripla, aproveitando também que Pedro sentiu a perna e pediu para sair. Assim, o treinador tirou o centroavante, Andreas Pereira e Isla – que já estava desgastado – e colocou Rodinei, João Gomes e Matheuzinho. As alterações pareciam estranhas, mas fizeram sentido.
A equipe continuou no 4-3-3, só que Rodinei fez a ala-direita, dando mais suporte na marcação. Matheuzinho entrou muito bem, com vigor físico e, assim, o Palmeiras não conseguiu criar por este lado de campo. No trio de meio, João Gomes fortaleceu o setor e Thiago Maia ficou liberado para avançar, mas também sendo importante na defesa. Já na frente, Vitinho fez um “falso 9”, como referência e tendo muita liberdade para se movimentar pelos dois lados do campo.
Não só o time não sofreu mais na defesa, como criou ótimas chances. Em um contra-ataque iniciado por Thiago Maia, Rodinei entrou na área em um lance de 3 contra 3, mas acabou se enrolando e perdeu boa oportunidade. Pouco depois, veio o gol. O Flamengo recuperou a bola e acionou Vitinho no meio. João Gomes correu para infiltrar por dentro, puxando a marcação, e o camisa 11 abriu bonito para Michael. O ponta, então, infiltrou na área, driblou Marcos Rocha e fez um golaço.
Pouco depois, a equipe ainda teve uma grande jogada. João Gomes roubou a bola, passou por 3 na marcação e acionou Michael. O atacante avançou e era um lance de 4 contra 3. Ele mesmo poderia ter ido para o gol, mas tentou o passe de volta para o volante, que infiltrava pela esquerda, só que o mesmo não acompanhou a jogada e a equipe desperdiçou a chance. Depois, o Flamengo se fechou, não sofreu e garantiu o ótimo resultado de 3 a 1.
A partida foi espetacular para o Flamengo mostrar a força do elenco. Derrotou um adversário direto ao título, fora de casa e sem 6 titulares. Jogo mostrou também que o time se adapta muito bem, pois, devido às circunstâncias, mudou de características. Não jogou com posse de bola, como de costume, mas foi muito bem na estratégia proposta de se defender e buscar jogadas de velocidade. Não deu ao Palmeiras nenhuma grande oportunidade de marcar e conseguiu ser eficiente no contra-ataque. Esse adaptação conforme o rival e jogadores pode ser fundamental no restante da temporada.