O Flamengo de Paulo Sousa finalmente estreou. O Mais Querido jogou com o elenco principal nesta quarta-feira (02/02), contra o Boavista, no Raulino de Oliveira. E a espera valeu a pena. O time teve uma ótima atuação e conseguiu a tranquila vitória por 3 a 0. O placar, inclusive, é enganoso, pois poderia ter sido uma goleada acachapante, se a equipe tivesse caprichado mais nas finalizações. Mas, a questão tática chamou bastante atenção. O DIÁRIO DO FLA, então, preparou a análise da partida.
Paulo Sousa surpreendeu na escalação. O treinador já tinha alguns desfalques importantes, como Rodrigo Caio, lesionado, Diego Alves e Léo Pereira, que sentiram um incômodo muscular, além de Arrascaeta e Isla, pois estavam com as respectivas seleções. O técnico, entretanto, tinha à disposição alguns jogadores do time considerado titular, como David Luiz, Filipe Luís, Arão, Andreas Pereira, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol. Ainda assim, o português optou por botar apenas atletas da equipe B.
A formação também surpreendeu, com três zagueiros de ofício e vários jovens. O Mais Querido, então, entrou em campo em um 3-4-2-1. Hugo Souza foi o goleiro, com Gustavo Henrique, Noga e Cleiton na zaga. Matheuzinho ficou como um ala-direito, Renê esquerdo e João Gomes formou dupla de volantes com Thiago Maia. Na frente por dentro jogaram Marinho, mais à direita, e Vitinha, à esquerda. Já Pedro era o centroavante referência de área.
Deu bem certo. O Flamengo teve um ótimo desempenho, com destaque para as atuações de Marinho e Vitinho. Ambos apareceram bastante e quase todas as jogadas passaram pelos pés deles, a maioria até tendo a participação de ambos. Como Matheuzinho vai muito ao fundo, Marinho atuou muito por dentro. Já Vitinho caiu bastante pelo corredor esquerdo, pois Renê não avança tanto.
Já Pedro apareceu, mas não estava inspirado no primeiro tempo e desperdiçou três boas chances. Na primeira, Gustavo Henrique deu lançamento, a zaga falhou e ele finalizou livre na área, por cima. Na segunda, Marinho avançou por dentro e abriu para Vitinho na esquerda, que cruzou rasteiro para o centroavante na pequena área. Ele tentou de calcanhar, mas apenas resvalou e perdeu. Já na terceira, Marinho cruzou pela direita, da quina da área, na cabeça de Vitinho na esquerda. O camisa 11 jogou para o meio e o 21 tentou se jogar na bola, mas não conseguiu marcar.
O gol não podia sair de outros pés. Vitinho pressionou a saída de bola do Boavista pela esquerda de ataque, conseguiu recuperar a bola e cruzou rasteiro para a entrada da área. Marinho infiltrou pelo meio e finalizou de primeira, rasteiro, abrindo o placar e coroando a ótima atuação da dupla. Ambos ainda criaram mais no primeiro tempo, mas terminou em 1 a 0 para o Flamengo.
Segundo tempo
Na volta do intervalo, Paulo Sousa fez duas substituições. O treinador tirou Renê e Marinho, para colocar Everton Ribeiro e Gabigol. Assim, a equipe mudou também de formação, para uma com 2 centroavantes, indo para uma espécie de 3-4-1-2. Nesse caso, Everton Ribeiro fez uma função diferente da que está habituado: atuou aberto pela esquerda, como um ala. Já Gabi ficou ao lado de Pedro, caindo pela direita, enquanto Vitinho ficou mais por dentro, mas sempre indo para a esquerda.
As mudanças fizeram efeito e o Flamengo criou ainda mais na segunda etapa. Logo com dois minutos, pela esquerda, Everton Ribeiro deu lindo lançamento para infiltração de Gabigol, que acabou demorando e perdeu para o zagueiro. A dupla Pedro-Gabigol também mostrou alguns bons flashs. Aos 6, Pedro, por dentro, serviu bem o camisa 9, que acabou demorando para finalizar e perdeu. Dois minutos depois, o centroavante recebeu no mesmo lugar, aproveitou que Gabi puxou a marcação e foi limpando para a direita, entrou na área e chutou, mas o zagueiro cortou.
Aos 15, então, veio o gol. Dessa vez, Vitinho inverteu de posição com Everton Ribeiro. ER recebeu por dentro, avançou pelo meio e deu lindo passe para o camisa 21 na ponta, que ganhou na velocidade e cruzou rasteiro para trás, nos pés de Pedro. O centroavante bateu de chapa, de primeira, e ampliou. No minuto seguinte, Paulo Sousa mudou mais duas vezes: Tirou Gustavo Henrique e João Gomes, para botar David Luiz e Arão.
Com essa mudança, Arão passou a atuar como o volante pela direita, enquanto Thiago Maia foi o pela esquerda. Aos 19, o camisa 5 deu um lançamento primoroso para Gabigol, que entrou de frente para o goleiro, completamente livre, mas errou o drible e acabou perdendo. Já aos 28, Pedro saiu para a entrada de Rodinei. Assim, o time voltou para o 3-4-2-1. O lateral atuou pela ala-esquerda, Everton Ribeiro voltou para a direita, na função que Marinho fez no primeiro tempo, e Gabigol ficou de referência.
No mesmo minuto, já teve um impacto. Matheuzinho deu ótima bola para ER7 pela direita, que foi ao fundo e cruzou para Gabigol, na pequena área, que bateu e o goleiro fez uma grande defesa. Já aos 37 veio o terceiro. Vitinho recebeu na esquerda, próximo da área. Ele tabelou com Thiago Mais, que estava por esse lado devido à mudança após entrada do Arão, foi ao fundo e cruzou na medida para Gabi fazer o terceiro do Flamengo – todos com assistências de Vitinho.
A partida, então, foi bem animadora. Claro que a fragilidade do adversário ajudou, mas o Flamengo mostrou muita organização. Time fez variações táticas e os jogadores parecem que entenderam bem qual é o estilo do treinador. Tiveram atletas que mudaram de posicionamento ao longo da partida e a equipe não perdeu a cara em nenhum momento. Paulo Sousa conseguiu também testar vários jogadores, como os jovens Noga e Cleiton, e todos conseguiram se sair bem, mostrando que podem ser boas opções ao longo da temporada. Agora, resta acompanhar como o Mais Querido vai se sair nos próximos jogos.