O Flamengo venceu o Audax por 2 a 1, nesta quinta-feira (10/02), no Estádio Raulino de Oliveira, pela 5ª rodada da Taça Guanabara. Este foi o terceiro jogo de Paulo Sousa no comando do Mais Querido. A partida não foi das melhores. Alguns jogadores estiveram abaixo tecnicamente e o time não criou tantas jogadas. Ainda assim, há aspectos táticos interessantes sobre os testes feitos pelo treinador.
Paulo Sousa continua usando o Campeonato Carioca como uma espécie de pré-temporada. Assim, o técnico surpreendeu novamente na escalação. Pelos nomes, o time parecia estranho para muitas pessoas, já que o português colocou apenas um zagueiro de ofício, Léo Pereira, e dois laterais-direitos, Isla e Matheuzinho. Ainda assim, fez bastante sentido e a equipe manteve o padrão tático dos outros jogos.
O Mais Querido, então, atuou novamente em uma espécie de 3-4-2-1 com a bola. A primeira linha foi formada por Isla, que já atuou nessa função pela Seleção Chilena e Juventus, Léo Pereira e Filipe Luís, que vem sendo essa espécie de 3º zagueiro com Paulo Sousa e fazia a função nos tempos de Rogério Ceni. Matheuzinho, por sua vez, ficou na ala-direita, com Lázaro na esquerda e a dupla Thiago Maia e Andreas de volantes, em frente à defesa.
No setor ofensivo, Pedro ficou de referência, como centroavante centralizado, enquanto Gabigol e Arrascaeta ficaram atrás, por dentro, com o uruguaio mais à esquerda e o camisa 9 à direita. Os dois, inclusive, inverteram de lado em alguns momentos ao longo da primeira etapa. Na primeira vez que fizeram isso, aos 7, Arrasca recebeu boa bola pela direita e cruzou rasteiro para trás, justamente para Gabi, que bateu com perigo e o goleiro defendeu.
A equipe, entretanto, não estava tão bem. Com o Audax todo fechado, o Flamengo não estava conseguindo furar o bloqueio adversário. As principais jogadas vinham com Lázaro pelo lado esquerdo. Jogando bem aberto, o jovem criou boas jogadas cortando para dentro e tabelando, principalmente depois que Gabigol passou a cair pelo setor.
O meia assustou em uma finalização, após receber aberto e ir cortando para dentro. O jogador chegou a acionar algumas vezes Gabigol com perigo. Em uma delas, o atacante cruzou na medida para Matheuzinho, que finalizou mal Então, aos 46 veio o gol, justamente com a dupla. Lázaro recebeu no lado, conduziu pelo meio e deu bom passe para o camisa 9 dentro da área, pela esquerda. Enquanto todos esperavam um cruzamento, Gabi deu belo chute cruzado, no ângulo, marcando um golaço.
Segundo tempo
O time que voltou para a segunda etapa foi o mesmo que terminou a primeira. Aos 8, o Mais Querido ampliou, graças ao erro do adversário. Após batida de falta de Andreas na área, Thomás tentou afastar, mas acabou fazendo o gol contra. Com 2 a 0 no placar, Paulo Sousa fez 3 mudanças, aos 12. Tirou Filipe Luís, Thiago Maia e Arrascaeta, para botar Cleiton, Willian Arão e Marinho.
Assim, Cleiton passou a atuar pela esquerda do trio de zaga, Arão entrou de volante e Marinho mais adiantado, pela esquerda, caindo por dentro. O time, entretanto, não conseguiu controlar o jogo. As principais chances eram de bola aérea, principalmente em faltas ou escanteios. Nas quais o Flamengo criou algumas chances de perigo.
Na defesa, por outro lado, o time piorou. Léo Pereira começou a ficar muito afobado e errar passes ou botes. O Audax assustou justamente após um erro do defensor aos 16. Então, aos 27, um erro do defensor gerou o gol adversário. Após passe de Arão, LP errou o domínio dentro da área e a bola ficou nos pés de Hugo Sanches, livre, que marcou o gol.
Depois, aos 32, Paulo Sousa fez outra substituição. Colocou Everton Ribeiro na vaga de Matheuzinho. O camisa 7 jogou aberto na esquerda, como um ala, levando Lázaro para a direita. O Flamengo chegou a criar uma boa chance em jogada coletiva, com Gabigol recebendo por dentro de Everton Ribeiro e dando toque de primeira, por cima, para infiltração de Pedro. O centroavante tocou por cima do goleiro e o zagueiro do Audax tirou na linha.
O português ainda mexeu no final, colocando Diego na vaga de Pedro. Assim, o camisa 10 ocupou o setor ofensivo pela esquerda, Marinho inverteu para direita e Gabigol adiantou para a função de referência. Mas, foram poucos minutos e quase não teve impacto, com a partida terminando em 2 a 1.
Não foi a melhor das atuações, com alguns atletas abaixo do costume e poucas chances criadas. Mas, o time está organizado, entendo bem o desenho proposto por Paulo Sousa. Partida foi boa também para Lázaro mostrar que pode ser útil ao elenco. Por ser começo de trabalho, claro, ainda há o que melhorar. Um dos principais pontos é o setor direito, que vem sendo pouco explorado até aqui.