O Flamengo venceu o Nublense por 2 a 0 na quarta-feira (19/04), no Maracanã, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. A partida marcou a estreia de Sampaoli como treinador do Mais Querido. Embora tenha tido pouco tempo de treinamento, com apenas dois dias, o técnico argentino já botou um pouco da cara dele no time rubro-negro.
Na primeira escalação de Sampaoli pelo Flamengo, o treinador optou por um 3-5-2. Na primeira linha, três zagueiros de ofício, com Fabrício Bruno pela direita, David Luiz centralizado e Léo Pereira na esquerda. Na segunda, dois alas bem abertos, com Marinho titular pela direita e Ayrton Lucas na esquerda.
Já entre os jogadores centrais, Thiago Maia ficou como um primeiro volante, à frente do trio de zaga. Vidal e Gerson ficaram um pouco mais adiantados, com o chileno pela direita e o Coringa à esquerda. Na frente, a dupla de ataque Pedro e Gabigol. O camisa 10 teve a liberdade para flutuar no setor ofensivo, como gosta, e o 9 ficou de referência para fazer o pivô.
Na prática, o Flamengo não teve a melhor das atuações. Como o próprio Sampaoli disse após a partida, o time ainda precisa evoluir bastante. Um ponto que faltou em vários momentos foi uma movimentação e aproximação maior dos volantes na saída de bola. Com três zagueiros de ofício fazendo ela e sem essa movimentação forte dos meias, o rubro-negro ficou sem criação em vários momentos.
Não por acaso, os dois gols do time, que saíram no primeiro tempo, não foram de jogadas trabalhadas. No primeiro, bola parada, com Marinho batendo falta na direção do gol, Pedro antecipando o goleiro e marcando. No segundo, roubada de bola do Thiago Maia na saída do Nublense, Marinho passou rápido para o camisa 9 dentro da área, que, com toda a técnica que tem, driblou o zagueiro e fez.
Porém, ofensivamente, não teve muito mais. Time tentou algumas tabelas e inversões e Pedro foi bem acionado, tendo grande atuação, mas não conseguiu criar muito. Já na defesa, o Flamengo teve boa atuação. Conseguiu recompor bem, marcou em cima e pressionou. Mas, vale destacar a fragilidade do adversário, que não esboçou qualquer ameaça ao rubro-negro.
No segundo tempo, aos 16, Sampaoli mudou o esquema. Tirou Fabrício Bruno, Vidal e Marinho, para botar Wesley, Everton Ribeiro e Cebolinha. Dessa forma, o Flamengo passou a atuar no 4-4-2, com Wesley e Ayrton Lucas nas laterais, Thiago Maia e Gerson de volantes, Everton Ribeiro como meia à direita, Cebolinha aberto na esquerda e Pedro e Gabigol no ataque.
O time melhorou. Apesar de ter dado duas assistências, Marinho não teve uma grande atuação com a bola, errando muitos passes. Wesley, por sua vez, entrou bem no setor. O time ganhou mais velocidade com Cebolinha e criação com Everton Ribeiro. Pedro continuou sendo fundamental nas jogadas, fazendo o pivô e servindo os companheiros.
Em um lance, deixou Cebolinha livre dentro da área, que, ao invés de chutar, tentou o passe pra Gabi e errou. No outro, deu a assistência para o gol de Everton Ribeiro, que foi anulado por uma falta polêmica no começo da jogada.
Ou seja, o jogo mostrou um pouco do que Sampaoli quer no time do Flamengo. A saída de 3, como o técnico disse na apresentação, será uma tendência, porém ele também tem repertório para mudar a formação durante as partidas.
Time, claro, ainda precisa melhorar muito na questão de movimentação e intensidade. Treinador também deve fazer mudanças nos titulares com o decorrer do tempo, endo mais dias de treino para conhecer melhor o elenco.