Análise Tática Flamengo 2 x 0 Atlético-MG: Inferno rubro-negro fora e dentro de campo

Mais Querido teve atuação espetacular e garantiu a classificação para as quartas da Copa do Brasil

(Foto: Reprodução/Marcelo Cortes/Flamengo)

O Flamengo enfrentou o Atlético-MG na quarta-feira (14/07), no Maracanã, pela partida de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. E foi um show. A torcida e os jogadores fizeram um verdadeiro inferno rubro-negro. Incentivados por mais de 68 mil torcedores, o Mais Querido teve uma atuação espetacular, dominou completamente o adversário, venceu por 2 a 0 e garantiu a classificação.

Para a partida, o Flamengo teve três desfalques: Rodrigo Caio, Bruno Henrique, além de Willian Arão, que viajou para fechar com o Fenerbahçe. Dessa forma, Dorival Júnior colocou o time na formação que fez nos últimos jogos, sendo a mesma escalação da goleada contra o Tolima. A equipe, então, atuou em uma espécie de 4-1-2-1, com um losango no meio de campo.

Na primeira linha, Rodinei ficou na lateral-direita, com Filipe Luís na esquerda e a zaga formada por David Luiz e Léo Pereira. No meio, Thiago Maia ficou de primeiro volante, fazendo a sustentação e saída de bola, com João Gomes na frente dele pela esquerda e Everton Ribeiro por dentro, à direita. Já Arrascaeta ficou na “ponta do losango”, atuando centralizado, de camisa 10. A dupla de ataque foi Gabigol e Pedro.

O time foi totalmente dominante. Enquanto o Atlético-MG ficou recuado, tentando manter a vantagem de um gol feita no primeiro jogo, o Flamengo controlava as ações ofensivas e chegava com perigo. Rodinei era uma grande válvula de escape pela direita, avançando sempre pelo corredor, que era aberto pois Everton Ribeiro caía por dentro. Além disso, muita movimentação da equipe, com Gabigol e Arrascaeta “soltos”.

Já Pedro era um atleta mais fixo, mas que era fundamental para prender a marcação do galo e aparecer para o pivô. O time, então, foi empilhando chances, enquanto não sofria na defesa, devido a compactação do meio de campo, com Thiago Maia e João Gomes muito bem, além da dupla de zaga anulando Hulk, principalmente David Luiz. A equipe pressionava a todo momento quando perdia a posse.

Na primeira grande chance, Rodinei, aberto, passou para Everton Ribeiro, mais por dentro. O jogador cortou para o meio e deu bela enfiada de bola para Arrascaeta, na quina da área pela direita. O uruguaio foi fintando para o meio, limpou dois marcadores e finalizou de canhota, parando em Éverson. Logo em seguida, Rodinei novamente passou para ER7, que girou, acionou Pedro na entrada da área, para arrumar de calcanhar e João Gomes finalizar nas mãos do goleiro.

Rodinei foi muito ativo no ataque. Em outra excelente oportunidade, o lateral recebeu de Everton Ribeiro e cruzou da intermediária, na medida para Pedro, que cabeceou, mas acertou em cima do goleiro. Então, 45, veio o gol. Santos deu um chutão para frente, a bola ficou viva no meio de campo e sobrou para o camisa 21. O centroavante fez lindo pivô em cima do Allan, conduziu a bola, viu o facão do Arrascaeta do meio para direita e serviu o uruguaio que, de carrinho, abriu o placar.

Segundo tempo

A equipe voltou a mesma na segunda etapa. O Galo, por sua vez, retornou com outra postura. O time passou a marcar mais em cima, para pressionar a saída de bola do Flamengo e buscar mais o ataque. O jogo estava um pouco complicado, sem o rubro-negro conseguir se impor e criar grandes chances. Até que, aos 18, graças a um erro individual adversário, veio o gol.

O Atlético-MG, assim como em todo jogo, foi sair jogando com os zagueiros. Júnior Alonso recebeu próximo da área pela esquerda e Pedro foi pressionar. O zagueiro, então, se atrapalhou e perdeu a bola para o camisa 21, que entraria na área, com Gabigol livre no meio. O defensor, ao perder a posse, segurou as pernas do atacante e fez a falta, sofrendo o amarelo.

Na batida da falta, Everton Ribeiro cruzou no meio, Pedro deu de casquinha para trás e Arrascaeta, de peixinho, marcou para o Flamengo, em lance que a bola bateu na trave e entrou. Após o gol, foi a vez do Mais Querido se fechar, enquanto o Galo tentava uma pressão, mas sem conseguir passar pela defesa rubro-negra, que buscava apenas um contra-ataque para matar o jogo.

Aos 27, o Flamengo teve a chance. Com o adversário todo na frente, Léo Pereira deu um chutão para frente, na direção do Pedro, que era o escape do time para fazer o pivô. O centroavante conseguiu driblar o último zagueiro adversário e passou para Gabigol. Entretanto, Mariano chegou para fechar a perna esquerda do atacante e o camisa 9 bateu de direita, nas mãos do goleiro.

Logo após o lance, Pedro sentiu a perna e pediu para sair. No lugar dele, Dorival optou por colocar Marinho, para ter uma opção de velocidade para o contra-ataque. Deu certo. Aos 33, após recuperar a posse, João Gomes passou para o ponta no meio de campo, que jogou para frente, driblando Júnior Alonso. O atacante ia entrar na velocidade, mas foi derrubado. O zagueiro tomou o segundo amarelo e foi expulso.

Com um a mais, o Flamengo passou a controlar totalmente a partida. O time ainda teve algumas chances de matar o jogo, como em jogada de Rodinei, Arrascaeta e Marinho na direita, que parou em finalização do ponta dentro da área, em cima do goleiro, ou uma triangulação entre Everton Ribeiro, Rodinei e Marinho, que resultou no chute do camisa 7 de fora da área, que passou ao lado da trave.

Aos 44, Dorival fez as últimas mudanças, para oxigenar o meio de campo e tentar controlar de vez o jogo. Tirou Arrascaeta, Everton Ribeiro e Gabigol, para botar Diego, Victor Hugo e Ayrton Lucas. O Flamengo passou a ficar em uma espécie de 4-2-4, com João Gomes e Thiago Maia de volantes mais defensivos, Diego e Victor Hugo por dentro na frente deles e os alas Marinho e AL. O time gastou tempo, Galo ainda assustou e garantiu a vitória.

O jogo, então, foi muito bom para o Flamengo. O time dominou totalmente a partida, não sofreu nenhum lance de perigo, conseguiu a vitória, a classificação e ainda poderia ter vencido de mais. Time mostrou muita disposição e intensidade, com e sem a bola, além de variações e movimentações no ataque. Postura e atuação espetacular do rubro-negro, que fez o verdadeiro inferno em campo.