O Flamengo venceu o Atlético-GO por 2 a 0, nesta sexta-feira (05/11), no Maracanã, pelo jogo atrasado da 19ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido vinha de um momento bem ruim, com apenas uma vitória nas seis partidas anteriores. Contra o Dragão, a equipe não encontrou tantas dificuldades. Mesmo não tendo a melhor das atuações, principalmente na primeira etapa, o rubro-negro carioca conseguiu o importante resultado, para amenizar o ambiente. Além disso, há algumas questões técnicas e táticas importantes no confronto.
Renato Gaúcho contou com alguns retornos importantes. Recuperados de lesão, David Luiz e Rodrigo Caio voltaram ao time, que pôde contar, então, com a zaga titular depois de mais de um mês e pela primeira vez por um jogo completo. Já Bruno Henrique cumpriu suspensão e começou a partida. Filipe Luís, Arrascaeta, Diego e Pedro, por sua vez, continuaram fora. Com isso, o treinador optou por atuar em um 4-4-2 (4-2-2-2), não no 4-2-3-1 que a equipe joga quando completa. Para isso, Michael, que vive grande momento, permaneceu entre os 11 iniciais.
Dessa forma, a equipe ficou disposta com Isla na lateral-direita, Rodrigo Caio e David Luiz na zaga, Ramon na esquerda. Willian Arão e Andreas Pereira formaram a dupla de volantes, enquanto Everton Ribeiro jogou aberto pela direita e Michael na ala-esquerda. A dupla de ataque foi formada por Bruno Henrique, mais pela esquerda, e Gabigol, na direita. O esquema é o mesmo do jogo contra o Galo, com a diferença dos dois zagueiros que iniciaram a partida, o que teve um impacto importante, principalmente devido ao David Luiz.
Isso porque, além da questão defensiva, Rodrigo Caio e David Luiz são zagueiros muito técnicos. O mais novo contratado, inclusive, é excelente nos lançamentos – algo que o Flamengo não tinha em um zagueiro desde Pablo Marí. Com isso, David chamou a responsabilidade para criar em muitos momentos, dando lançamentos e inversões. Já que o Atlético-GO não pressionava, Arão nem precisava recuar entre os dois defensores para auxiliar na saída de bola e acabou ficando um pouco mais adiantado. Na direita, Isla mais uma vez atuou quase como um ala, avançando o tempo inteiro pelo corredor, já que Everton Ribeiro tem o costume de cortar para dentro, abrindo espaço. Já na esquerda, Ramon não subia tanto, pois Michael quem faz a função, dobrando com Bruno Henrique.
Quem esteve muito abaixo, por sua vez, foi Andreas Pereira. O jogador tem uma função importantíssima no time, de fazer a transição da defesa para o ataque, buscando a posse, conduzindo e dando dinâmica à equipe. Entretanto, dessa vez, o belga-brasileiro apareceu pouco, não se deslocando para receber as bolas e, quando tinha ela, não caprichando nos passes. Além disso, Bruno Henrique não começou bem no jogo, errando nas tomadas de decisões. Mais de uma vez ele teve a oportunidade de servir o companheiro, mas acabou demorando. Já Gabigol se movimentava, caindo bastante pela direita, sem conseguir receber muitas chances.
Sem Andreas Pereira em uma noite boa, quem fazia a transição da defesa para o ataque era David Luiz. O problema é que, sem atuar por mais de um mês, o zagueiro ainda estava pegando o ritmo no começo e errou alguns lançamentos. O Mais Querido, então, não fez um bom primeiro tempo. A equipe não tinha criatividade e, apesar de não ser ameaçada, não criava chances de perigo. Tanto que, até os 42, o time só tinha uma finalização na direção do gol, em cabeçada de Rodrigo Caio, que não causou perigo. A principal oportunidade tinha sido criada aos 40, em jogada individual de Michael, que recebeu aberto na esquerda, driblou a marcação, entrou na área em velocidade e cruzou rasteiro, mas ninguém botou para dentro.
David Luiz foi pegando o ritmo e começou a acertar os lançamentos. Então, aos 43, o zagueiro fez linda inversão de jogo para Everton Ribeiro, aberto. O camisa 7 dominou e deu belo passe para a infiltração de Isla na área. Inicialmente, parecia que tinha sido muito forte, mas o chileno chegou antes do goleiro e conseguiu cruzar rasteiro para trás, nos pés de Michael, que abriu o placar. A partida foi para o intervalo com 1 a 0 no placar, mas sem muita empolgação.
No segundo tempo, por sua vez, o time melhorou. Logo na saída de bola, David Luiz deu lançamento para infiltração de Bruno Henrique na área, que cruzou e ninguém colocou para dentro. Aos 2, o zagueiro fez bela inversão para Everton Ribeiro, que cruzou mal, mas Michael acertou um bonito chute da entrada da área, passando próximo da trave. O Flamengo deu uma esfriada e, aos 15, Renato Gaúcho tirou Andreas Pereira, que continuava apagado, e colocou Thiago Maia de 2º volante. O jogador entrou melhor, dando mais solidez ao setor e participando bem mais da partida.
O Atlético-GO, precisando fazer gol, passou a dar mais espaços na defesa. Aos 22, começou uma chuva de chances no Flamengo. Primeiro, Thiago Maia aproveitou sobra na área e bateu de primeira, parando em boa defesa. No minuto seguinte, Michael, pelo lado direito, não deixou a bola sair e lançou Gabigol, que avançou, cortou para o meio e chutou com desvio, que enganou o goleiro e tirou tinta da trave. No escanteio, Everton Ribeiro cruzou e Rodrigo Caio cabeceou livre, só que fraco. Depois, aos 26, Bruno Henrique aproveitou erro de passe no meio de campo e serviu Gabigol, que entrou de frente para o gol só que, na hora de encobrir o goleiro, chutou o chão e errou.
Então, aos 28, o segundo gol. Thiago Maia acionou Bruno Henrique, que arrumou para Gabigol dar o passe para Michael, aberto na esquerda. O ponta saiu cortando por dentro, tocou para o camisa 9 na entrada da área e infiltrou. O centroavante fez linda devolução e Michael deu belo chute na saída do goleiro, ampliando. Depois do gol, o jogo ficou 100% controlado. O Flamengo ainda chegou a criar algumas chances e praticamente não correu riscos. Aos 42, Renato Gaúcho tirou Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Michael, para colocar João Gomes, Rodinei e Vitinho.
A formação passou para um 4-3-3, com João Gomes de terceiro volante, Rodinei aberto na direita e Vitinho na esquerda. O Atlético-GO chegou a ter uma chance boa com Zé Roberto, após lançamento, que parou em linda defesa de Diego Alves, mas o Flamengo também criou duas, em que Gabigol teve a oportunidade de passar para Rodinei e Vitinho, respctivamente, porém, por ser nos acréscimos com o jogo decidido, foi “fominha”, tentou o chute e perdeu.
A vitória, então, foi protocolar, mas importante para acalmar o clima. O primeiro tempo não foi bom, mas no segundo o time controlou bem o jogo e poderia ter ganho até de mais. Andreas Pereira precisa retomar o bom futebol que ele já mostrou em outros momentos, pois o belga-brasileiro é o “motor” da equipe. Já a presença da dupla de zaga titular eleva muito o nível do time e a tendência é que com a adaptação e retomando o ritmo de jogo, David Luiz só melhore. O zagueiro pode ser fundamental no restante da temporada, pela defesa e pela construção ofensiva.