Análise Tática Flamengo 2 x 0 Altos: Time alternativo, jogo morno e novas formações

Mais Querido preservou jogadores e garantiu a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil

(Foto: Reprodução/Gilvan de Souza/Flamengo)

O Flamengo venceu o Altos-PI nesta quarta-feira (11/05), no Estádio Raulino de Oliveira, pela volta da terceira fase da Copa do Brasil. O Mais Querido atuou com um time alternativo e o jogo não foi dos melhores. A equipe conseguiu a vitória por 2 a 0 e a classificação para as oitavas de final da competição. O jogo também foi importante para Paulo Sousa fazer novos testes táticos.

Para a partida, o Flamengo teve nove desfalques por lesão: Santos, Diego Alves, Fabrício Bruno, Gustavo Henrique, Filipe Luís, Matheus França e Vitinho, lesionados, além de David Luiz e Bruno Henrique, poupados, que sequer viajaram para Volta Redonda. Enfrentando um time bem inferior tecnicamente e com a vantagem do empate, Paulo Sousa aproveitou também para rodar o elenco.

Apenas João Gomes, Thiago Maia e Gabigol continuaram entre os titulares. O treinador também aproveitou para testar uma nova estrutura tática na equipe, saindo do 3-4-2-1 para um 4-2-3-1, que variava para um 4-1-4-1 com os avanços de JG. Na primeira linha, Rodinei ficou de lateral-direito, com a volta de Rodrigo Caio na zaga, tendo Léo Pereira ao lado dele e o jovem Marcos Paulo na lateral-esquerda.

No meio de campo, Thiago Maia ficou de primeiro volante, com João Gomes de segundo e Diego de armador. No ataque, Marinho atuou na função de origem, como ponta-direita, Lázaro na ponta-esquerda e Gabigol como centroavante. Os dois jogadores de beirada do campo centralizavam constantemente, deixando espaço nos corredores para os avanços dos laterais.

O primeiro tempo, entretanto, foi muito ruim. Não parecia que seria, pois, aos 10 minutos, o Flamengo criou uma grande oportunidade. Com o Altos tentando marcar em cima, Thiago Maia deu um lançamento espetacular do campo de defesa para a infiltração de Lázaro, na cara do goleiro. O jovem tinha a opção do passe para Gabigol, mas tentou a finalização e bateu muito mal, por cima do gol.

O lance mudou a cara do jogo. Isso porque, depois de sofrer essa jogada, o Altos desistiu de marcar em cima e passou a atuar inteiramente fechado. Até o centroavante estava jogando na cabeça de área. Assim, atuando contra uma forte retranca, o Flamengo não conseguia mais achar espaços. O time tinha a posse, tocava, tentava fazer jogada pelas laterais, mas Rodinei estava mal e Diego, que era para ser o articulador, também.

A equipe praticamente não conseguiu mais criar chances de perigo. Teve uma em bola parada cruzada na área, que João Gomes quase marcou e duas jogadas pela direita. Uma delas Marinho foi cortando para o meio e finalizou para fora, na outra o ponta tabelou com Gabigol e chutou perto da trave e, na última, João Gomes conseguiu entrar na área, mas o goleiro interceptou o cruzamento.

Segundo tempo

Paulo Sousa fez duas mudanças para a volta do intervalo. Uma delas já era premeditada: Rodrigo Caio saiu para a entrada de Pablo, ambos com minutos restritos por estarem voltando de lesão. Já a outra foi tática. O treinador tirou Thiago Maia, primeiro volante, para colocar o centroavante Pedro. A equipe, então, passou a atuar em uma espécie de 4-2-2-2.

Assim, Diego recuou para formar dupla de volante com João Gomes. Marinho continuou aberto na direita e Lázaro na esquerda, com ambos centralizando, enquanto Pedro ficou ao lado de Gabigol. O camisa 9, entretanto, passou a se movimentar ainda mais que o normal, recuando para receber a bola. Já Pedro ficou mais adiantado, próximo do área, para fazer o pivô.

As mudanças melhoraram o time. Aos 8, Lázaro recebeu na esquerda e deu bela bola para Pedro, na cara do gol. O centroavante tentou driblar o goleiro, mas Marcelo acabou cortando para escanteio. Já quatro minutos depois, Pedro recebeu na meia-lua no pivô e sofreu falta. João Gomes foi esperto, bateu rápido para Lázaro na área pela esquerda, que driblou a marcação e foi derrubado. No pênalti, Gabigol cobrou e abriu o placar.

Após o gol, Paulo Sousa tirou Lázaro para botar Arrascaeta, que atuou na mesma função do jovem, pela esquerda. Com o time na frente, o confronto ficou praticamente decidido e, assim, o Flamengo passou a jogar mais leve. Aos 22, Matheuzinho retornou de lesão, entrando no lugar de Marcos Paulo. Com isso, Rodinei passou a jogar pela lateral-esquerda, com o camisa 34 na direita.

O Mais Querido passou a controlar a partida, fazendo hora para terminar. A última substituição de Paulo Sousa foi aos 28. O treinador tirou Marinho para colocar o jovem Victor Hugo aberto na direita. Então, aos 40, o Flamengo marcou o segundo. A jogada começou pela direita e rodou para a esquerda. Diego recebeu na quina da área e deu passe em elevação para infiltração de Rodinei. O lateral cruzou de canhota para a segunda trave e justamente Victor Hugo subiu para cabecear e marcar o primeiro dele no profissional.

A partida terminou em 2 a 0. O jogo não foi dos melhores tecnicamente. Primeiro tempo sem grandes chances e segunda etapa morna, na maior parte sendo cozinhada pelo Mais Querido. Time não empolgou, mas, pelo menos, serviu para preservar alguns jogadores fisicamente, fazer o retorno de outros que estavam parados há um tempo e Paulo Sousa pôde testar novos esquemas táticos.