Análise Tática Flamengo 1 X 2 Atlético-MG: Algumas evoluções, mas ainda tem muito o que melhorar

Mais Querido teve bons e maus momentos na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil

(Foto: Reprodução/Marcelo Cortes/Flamengo)

O Flamengo perdeu para o Atlético-MG por 2 a 1, nesta quarta-feira (22/06), pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. O Mais Querido teve bons e maus momentos na partida. Embora o time de Dorival Júnior tenha mostrado evolução em alguns aspectos, ainda deixou claro que tem muito o que melhorar.

Para a partida, o Flamengo teve quatro desfalques: David Luiz, Fabrício Bruno, Matheus França e Bruno Henrique. Ainda sem ter o novo contratado, Everton Cebolinha, à disposição, Dorival optou por mudar de estratégia. Ao invés de colocar um jogador de velocidade pelo lado para suprir a ausência do BH, como fez com Vitinho nos últimos jogos, botou mais um volante.

O Time continuou em uma espécie de 4-1-4-1, que variava para o 4-3-3. Diego Alves foi o goleiro, com Matheuzinho na lateral-direita, Rodrigo Caio e Pablo de dupla de zaga e a volta de Filipe Luís na esquerda. No meio de campo, Willian Arão ficou como primeiro volante, tendo João Gomes na frente dele à direita e Andreas Pereira à esquerda. Já Everton Ribeiro ficou na linha de meias aberto na direita, com Arrascaeta na esquerda e Gabigol de referência, sempre se movimentando.

Dessa forma, o time perdeu em velocidade, já que, além de não ter um ponta pela esquerda, Filipe Luís é um lateral mais lento que Ayrton Lucas. Entretanto, ganhou em solidez e compactação defensiva. Equipe tentava marcar sempre na frente, pressionando a saída de bola do Galo, tendo também muita movimentação entre os meias, com Everton Ribeiro e Arrascaeta caindo por dentro, invertando com João Gomes e Andreas.

Entretanto, o Flamengo tomou um baque logo aos 7 minutos, saindo atrás no placar. Com as linhas de marcação altas, Mariano lançou de trás do meio de campo para Hulk em velocidade. O atacante chegou antes dos zagueiros, mas a marcação estava próxima e poderia evitar o gol, caso Diego Alves não tivesse saído de forma totalmente errada. Assim, o centroavante atleticano encobriu o goleiro rubro-negro, marcando o gol.

Apesar do gol sofrido, o Flamengo teve um bom primeiro tempo. Time não deixou o Atlético-MG jogar, sequer sendo ameaçado. O rubro-negro tinha a posse de bola no campo de ataque, mas aí vinha o problema: a falta de criação. Mesmo controlando a bola, o Mais Querido não criava nenhuma jogada de perigo. Everton Ribeiro estava nulo em campo e Arrascaeta mal, enquanto Gabigol não recebeu uma oportunidade para finalizar.

Sem Bruno Henrique, além de perder a velocidade, o Flamengo fica sem o único bom cabeceador do setor ofensivo, não tendo mais a jogada de cruzamento na área. Quando Gabi tentou, até acertou a bola na cabeça de João Gomes, mas o volante finalizou sem perigo algum. As principais oportunidades do rubro-negro vieram em erros de passe do Galo na defesa, mas que o time não soube aproveitar.

Segundo tempo

Dorival manteve o time para o segundo tempo, já que, no geral, era uma boa atuação do Flamengo. A equipe voltou com o mesmo ritmo, controlando a posse de bola no campo ofensivo, sem deixar o adversário incomodar na frente, mas também não criando chances de perigo. O Galo, por sua vez, se fechava e buscava o contra-ataque.

Então, aos 10, ele veio. Após bola parada rubro-negra, o Atlético-MG deu um chutão para frente em busca do contra-ataque. Matheuzinho chegou inteiro nela, porém, na hora de afastar, acabou errando e jogando nos pés do Nacho, no meio de campo. O jogador acionou rapidamente Hulk, que avançou em velocidade e com força física. João Gomes foi passado com tranquilidade e Arrascaeta ainda tentou fazer a falta, sem sucesso. O atacante cruzou na medida para infiltração de Ademir, que cabeceou. Diego Alves não saiu para cortar o cruzamento e também não evitou o segundo gol.

Após o segundo gol do Galo, o Flamengo sentiu. Jogadores passaram a errar ainda mais e o Atlético-MG parecia confortável. Dorival fez três mudanças aos 21. Tirou Matheuzinho e Everton Ribeiro, que estavam bem mal no jogo, além de Arão, para botar Rodinei, Lázaro e Pedro. Dessa forma, a equipe passou para uma espécie de 4-2-3-1, com João Gomes e Andreas de volantes, Arrascaeta meia centralizado, Gabigol pela direita, Lázaro pela esquerda e Pedro de referência.

A equipe demorou um pouco para encaixar. Pedro não começou bem no jogo, Arrascaeta não apareceu e o time errava coisas bobas. O treinador fez as últimas duas mudanças aos 34, com as saídas de Andreas e Filipe Luís, para entradas de Thiago Maia e Ayrton Lucas. Objetivo era ter mais apoio e velocidade pelo lado esquerdo, além de um jogador para auxiliar na saída de bola e marcação com Thiago Maia.

No minuto seguinte, veio o gol. Rodinei, que entrou bem melhor que Matheuzinho, deu cruzamento na medida na segunda trave, nos pés de Lázaro, que infiltrou pela esquerda. O meia chutou cruzado, Everson até tentou evitar, a bola ainda bateu no travessão, mas não conseguiu e o Flamengo descontou. Pedro estava também entrando pela pequena área para conferir.

Após o gol, o time passou a tentar pressionar em busca do segundo. O Galo assustou em um contra-ataque, mas o Flamengo também ficou próximo de marcar. Rodinei cruzou novamente na segunda trave, Pedro dominou e viu muito bem a infiltração de Ayrton Lucas, tocando de calcanhar para o lateral dentro da área. O jogador dominou, mas perdeu o equilíbrio e mandou para fora.

O resultado terminou em 2 a 1, que, por mais que não seja bom, também é bem reversível no jogo de volta, no Maracanã. Mas, para isso, a equipe vai precisar ter o mesmo controle de posse desse jogo, só que sem cometer os erros defensivos e tendo mais criatividade e velocidade no ataque, para construir jogadas e chances de gol.