O Flamengo venceu o Atlético-MG por 1 a 0, neste sábado (30/10), no Maracanã, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido entrou em campo pressionado, pois vinha de quatro jogos sem vencer, sendo duas derrotas consecutivas, a última por 3 a 0 para o Athletico, em casa, que culminou na eliminação da Copa do Brasil. A equipe ainda tinha desfalques de peso e Renato, então, fez mudanças no time titular, que deram certo. Embalado com os mais de 24 mil torcedores que incentivaram do começo ao fim, o rubro-negro conseguiu a importantíssima vitória.
Renato Gaúcho não tinha à disposição seis jogadores, sendo quatro considerados titulares: David Luiz, Rodrigo Caio, Filipe Luís, Arrascaeta, Diego e Pedro. Com isso, o treinador fez algumas mudanças. A dupla de zaga foi formada por Gustavo Henrique e Léo Pereira, enquanto na lateral-esquerda Ramon ganhou a vaga de Renê, que vive má fase. A principal mudança, entretanto, foi no meio. Para a vaga do uruguaio, nos últimos sete jogos, o técnico colocou mais um volante e adiantou Andreas Pereira. Entretanto, contra o Galo, o comandante surpreendeu.
Ao invés de mais um volante, Renato Gaúcho colocou Michael, que vive grande fase, de titular. Assim, o Flamengo saiu do 4-2-3-1 característico e passou para o 4-4-2 (ou 4-2-2-2), como antecipamos no pré-jogo que seria uma opção interessante. Assim, o Mais Querido corrigiu um dos grandes problemas das últimas partidas. Andreas Pereira voltou a atuar de segundo volante, ao lado de Arão, aonde rende melhor. Everton Ribeiro atuou aberto pela direita, enquanto Michael jogou aberto na esquerda. Bruno Henrique e Gabigol formaram a dupla de ataque.
A partida começou com o Flamengo tendo mais a bola, buscando o ataque, enquanto o Atlético-MG estava mais fechado, buscando o contra-ataque. A partida estava truncada, com muitas faltas e pouco espaço. No Mais Querido, Arão recuava entre os zagueiros para fazer a saída de bola, enquanto Isla adiantava pela direita, com Everton Ribeiro centralizando. Ramon, por sua vez, não adiantava tanto, pois Michael ocupava a ponta. Não estava simples de furar a defesa adversária e poucas chances eram criadas. Ao mesmo tempo, a equipe não sofria perigo.
Então, aos 25, na primeira verdadeira chance criada, o Flamengo abriu o placar. Arão pegou a bola na defesa entre os zagueiros e deu um lindo lançamento para Isla na ponta-direita, próximo da área. O chileno dominou e levantou para a entrada da área, na direção de Bruno Henrique. O atacante ganhou no alto de Nathan Silva e deu uma casquinha para a infiltração de Michael. O ponta correu pelas costas de Guga, arrumou e chutou na saída de Éverson, fazendo um verdadeiro golaço.
Depois do gol, a partida mudou de cara. O Flamengo recuou as linhas e se fechou na defesa, para buscar o contra-ataque. O Atlético-MG passou a ter a posse no campo de ataque, mas sem conseguir furar a defesa rubro-negra. Os zagueiros rubro-negros estavam em uma noite inspiradas, assim como os laterais. Ramon é conhecido pelo quesito ofensivo, porém o jovem se destacou na defesa, sem deixar o Galo criar pelo setor dele. Arão e Andreas fechara bem o meio, enquanto Everton Ribeiro e Michael se doaram na recomposição.
Com isso, o Atlético-MG, que atuou em um 4-2-3-1, conseguiu criar apenas duas chances de perigo até o fim do primeiro tempo. A primeira foi em escanteio, que após cabeçada e desvio em Bruno Henrique a bola bateu no travessão. Na segunda etapa, Cuca fez uma mudança ousada. Colocou Diego Costa na zaga de Guga, botando dois jogadores de área e caindo Zaracho para a lateral-direita. Já Renato não substituiu, mas fez uma troca, alternando os lados de Michael com Everton Ribeiro. Com Micha pela direita, ele ficou responsável por auxiliar na marcação, já que era o lado que atuava Arana e Keno.
O Mais Querido continuou muito bem fechado, sem dar espaço para o Atlético-MG. Aos 15, Cuca tentou outras três mudanças, tirando Zaracho, Keno e Nacho, para botar Mariano na lateral-direita, Vargas pelo centro e Savarino na ponta. O Flamengo permaneceu sólido, em busca do contra-ataque, que pouco apareceu. Na principal chance, Gabigol recebeu pelo centro e conduziu em um três contra dois. O camisa 9 tinha a opção de Michael, livre pela direita, mas não viu e acabou passando no Bruno Henrique, pela esquerda, perdendo tempo. BH até tentou o passe, só que foi interceptado.
Michael ainda era a principal arma de escape do time para um possível contra-ataque, porém, tendo que fazer a recomposição defensiva, o ponta esgotou fisicamente aos 28 e foi substituído por Thiago Maia. O volante entrou para dar solidez defensiva e jogou mais adiantado. O Atlético-MG não achava espaços, apenas em tentativas de bola aérea. Aos 37, Renê entrou na vaga de Ramon, que estava passando mal. Já aos 42, com as linhas totalmente baixas, Renato fechou de vez o Flamengo. O treinador tirou Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol, para colocar Bruno Viana, Rodinei e Vitinho.
A equipe passou para um 5-4-1, com Rodinei aberto na direita para auxiliar o lateral na marcação, Thiago Maia na esquerda e a dupla Arão e Andreas no centro, todos próximos, na defesa. Vitinho ficou adiantado na frente, em busca do contra-ataque e tentando segurar a bola na frente. O camisa 11 chegou a prender em alguns momentos a posse no ataque, enquanto Rodinei quase marcou um gol em contra-ataque, acertando a trave.
A partida terminou com a vitória importantíssima para o Flamengo, que diminui a crise e se aproxima do líder do Brasileirão. O confronto mostrou também uma equipe atuando de forma diferente, sem a posse e explorando o contra-ataque, mas é algo que não deve se repetir, pois a maioria dos adversários jogam dessa forma contra o Mais Querido. Ficou claro também que, na ausência de Arrascaeta, a formação tem que ser com Michael na frente e Andreas Pereira de 2º volante, não mais com o belga-brasileiro atuando adiantado e outro volante. Além disso, Ramon precisa ser o reserva imediato de Filipe Luís, como ficou evidente de novo.