Análise Tática Flamengo 0 x 2 Atlético-MG: Pouca criatividade e intensidade

Mais Querido teve atuação ruim na derrota pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro

(Foto: Reprodução/Gilvan de Souza/Flamengo)

O Flamengo perdeu para o Atlético-MG por 2 a 0, no Mineirão, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido, novamente, teve uma atuação bem fraca. A equipe mostrou pouca criatividade e, principalmente, intensidade ao longo de todo o confronto, diferente do adversário.

Para a partida, Dorival Júnior teve sete desfalques: Santos, Fabrício Bruno, David Luiz, Isla, Matheus França, Thiago Maia e Bruno Henrique. Dessa forma, o treinador optou por manter Diego Alves no gol. O treinador também botou o time em uma espécie de 4-2-3-1, que variava bastante para o 4-1-4-1.

Na primeira linha, Matheuzinho e Ayrton Lucas foram os laterais, sempre com velocidade pelos corredores, enquanto a dupla de zaga foi formada com Rodrigo Caio pela direita e Pablo na esquerda. No meio de campo, João Gomes era o primeiro volante, mais marcador, enquanto Andreas Pereira era o segundo, que muitas vezes adiantava para linha dos meias.

Everton Ribeiro, por sua vez, atuou aberto pela direita, com Arrascaeta centralizado e Vitinho na ala-esquerda, tendo Gabigol como referência móvel. Andreas, quando avançava, era por dentro à direita, ficando entre Arrasca e ER. O camisa 7 e o 11 tinham tendência de cortar para dentro, deixando espaços nos corredores para os laterais.

Entretanto, o time jogou com a intensidade muito baixa, com pouca movimentação dos jogadores. O Atlético-MG, por sua vez, pressionava sempre quem estava com a posse, normalmente com mais de um atleta. Assim, com ER7 e Vitinho mal nas pontas, o Flamengo não conseguia criar nenhuma jogada.

As únicas vezes que assustou foram com chutes de Andreas Pereira. Ofensivamente, o volante deu as únicas finalizações a gol do Flamengo na primeira etapa. Mas, defensivamente, deixava alguns espaços no meio. O rubro-negro quase não mordia o adversário quando tinha a bola, tirando João Gomes, que se desdobrava na marcação.

Dessa forma, a equipe não chegava com perigo na frente e deixava espaços na defesa. O Atlético-MG ia com intensidade, mas não estava conseguindo criar a chance de mais perigo. Até que, aos 35, o Galo passou 34 segundos trocando passes no campo de ataque, sem a defesa do Flamengo apertar a marcação.

Então, após o adversário rodar a bola da direita para a esquerda, Arana cruzou com liberdade na primeira trave para Keno. Matheuzinho ficou perdido na jogada e Rodrigo Caio teve que tentar interceptar, mas não chegou antes. O atacante cabeceou, Diego Alves espalmou e Ayrton Lucas não acompanhou Nacho, que, sozinho, pegou o rebote e fez.

Segundo tempo

Dorival fez duas mudanças no intervalo. Tirou Andreas e Vitinho, para colocar Arão e Marinho. Dessa forma, a equipe ficou de vez no 4-2-3-1, com o camisa 5 ao lado de João Gomes, o ponta entrando aberto na direita e Everton Ribeiro invertendo para esquerda. Objetivo era dar mais solidez defensiva no meio de campo e ter intensidade e velocidade.

O problema é que Marinho, novamente, entrou mal pela ponta. O jogador até se esforçou e correu, mas estabanado e sem qualidade. Já Arão entrou na vaga justamente de um dos poucos que ainda conseguia criar algo, que era Andreas Pereira. O camisa 5, por sua vez, não conseguiu agregar muito e ainda acabou falhando no segundo gol do Galo.

O Atlético-MG até mudou de postura na segunda etapa. Time diminuiu muito a intensidade e se fechou mais, dando a posse para o Flamengo. O Mais Querido, entretanto, não conseguia chegar nem perto de causar perigo. Time encontrava muitas dificuldades para passar pela defesa adversária, tendo Everton Ribeiro e Gabigol em um dia bem ruim.

Sem receber nenhuma bola boa para o chute, o centroavante terminou o jogo sem dar uma finalização sequer. Gabigol até tentou se movimentar para buscar mais no meio, mas não estava bem. Só aos 36 que Dorival mudou novamente. Precisando empatar o jogo, colocou Lázaro e Pedro, mas nos lugares de Gabi e Everton Ribeiro, mantendo os dois volantes.

O time continuou no 4-2-3-1, com Lázaro atuando aberto pela esquerda e Pedro de centroavante. Mas, nem deu tempo direito da dupla fazer algo. Isso porque, quatro minutos depois, em contra-ataque, Mariano recebeu na direita, na altura do meio de campo, e aproveitou o buraco e desorganização da defesa do Flamengo.

O lateral lançou para Hulk, que avançava em velocidade na direção da área. Willian Arão não fez a recomposição, deixando Ademir avançar livre. O atacante do Galo, então, arrumou de cabeça para o meia entrar sozinho na área, que dominou e chutou no canto, ampliando o placar.

Dorival Júnior ainda botou Diego de segundo volante, no lugar de João Gomes, aos 41 do segundo tempo, mas não deu tempo de mais nada e o time perdeu por 2 a 0. A atuação foi bem preocupante. Equipe terminou com apenas três chutes no gol. Time precisa, urgentemente, apertar mais na marcação e jogar com intensidade, tanto na defesa, como no ataque.