Flamengo e Fluminense se enfrentaram neste domingo, na Arena Corinthians, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Mais Querido dominou completamente a maior parte do jogo, principalmente no primeiro tempo, desperdiçou diversas oportunidades e acabou perdendo por 1 a 0, com gol nos acréscimos. A partida teve alguns pontos positivos e outros negativos para serem analisados.
Mesmo com os desfalques da Copa América e a ausência de Diego Ribas, o time se saiu muito bem em termos de atuação coletiva. Teve 67% de posse e deu 21 finalizações, sendo 14 delas na primeira etapa. Além disso, no primeiro tempo só concedeu ao adversário 4 chutes e apenas 1 na direção do gol. A equipe também criou diversas grandes oportunidades nos primeiros 45 minutos. Foi um domínio completo.
Para isso, o Flamengo entrou em campo em um com a bola 3-2-3-2, sendo Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luís fazendo a saída de bola, Willian Arão e João Gomes de volantes, Matheuzinho na ala-direita, Vitinho centralizado e Michael aberto na esquerda, com Bruno Henrique e Pedro formando a dupla de ataque.
Nessa formação, Michael, que teve ótima atuação, tem um papel importante de fazer a recomposição e o corredor. Assim, Bruno Henrique fica com liberdade para se movimentar e jogar mais próximo da área, sem precisar ficar preso na ponta. Foi com o atacante mais adiantado que o Flamengo criou a principal chance, após contra-ataque e linda enfiada de Michael. Entretanto, BH estava em um dia muito ruim tecnicamente e perdeu a oportunidade.
Vitinho centralizado conseguiu criar boas chances, mas ele também não estava bem nas tomadas de decisão. Aos 5 minutos, por exemplo, o jogador estava com a bola próximo da entrada da área e teve a chance de servir Bruno Henrique, que estava fazendo o facão, livre. Mas, optou pelo chute, pegou mal e desperdiçou a chance. No segundo tempo, foi a vez do BH não servir o camisa 11, em um contra-ataque perigoso, em que o atacante prendeu demais e acabou perdendo a posse.
Flamengo ainda teve chances. Pedro lutou em duas jogadas e em dois lances no primeiro tempo a bola parada foi muito perigosa. Em uma, Gustavo Henrique acertou o travessão. Na outra, Rodrigo Caio tirou tinta da trave. Na segunda etapa, o Mais Querido continuou com a posse, mas sem conseguir criar grandes chances, tendo em vista as atuações fracas dos homens de frente – tirando Michael.
O Fluminense, porém, não ameaçava. Então, Rogério mudou de estratégia. Tirou Vitinho e João Gomes, para botar Rodrigo Muniz e Thiago Maia. Assim, o time teve um volante com menos pegada, mas mais técnica. Na frente, Bruno Henrique passou a atuar na ala-esquerda, Michael na direita e a dupla de ataque formada pelos centroavantes Pedro e Muniz.
Entretanto, ao mesmo tempo, o tricolor colocou Luiz Henrique na vaga de Caio Paulista. Dois minutos antes, Lucca e Nenê já tinham entrado nos lugares de Fred e Cazares. Depois dessas mudanças, o Fluminense, que era inofensivo na frente, passou a atacar mais, explorando a velocidade de Luiz Henrique. Sem João Gomes e com Michael na outra ala, o Flamengo ficou mais exposto na esquerda, já que Bruno Henrique não ajudava na recomposição.
A partida passou a ficar muito acelerada, com os dois times buscando sempre os ataques velozes – o que beneficiava o estilo do Fluminense. Rogério, então, tirou Michael e colocou Max, no intuito de controlar mais o jogo. Talvez fosse mais benéfico tirar Bruno Henrique, já que o atacante não estava acertando quase nada na frente e muito menos auxiliando atrás, enquanto Michael estava sendo importante na marcação e tendo bom desempenho ofensivo.
Depois disso, o Flamengo praticamente não conseguiu criar mais e, aos 45, foi penalizado. Bruno Henrique perdeu bola no ataque, ninguém parou Nenê, que conseguiu servir Luiz Henrique dentro da área, pela esquerda, marcado pelo Gustavo Henrique. Filipe Luís se aproximou para auxiliar no corte para dentro. Ainda assim, o zagueiro deu espaço para a linha de fundo, no qual o atacante adversário avançou e cruzou para André marcar.
Então, mesmo com a derrota e os desfalques, o Flamengo teve uma boa atuação na maior parte do tempo, principalmente na primeira etapa. Mas, a equipe precisa melhorar a questão da pontaria e das tomadas de decisão, para aproveitarem as chances criadas e matar o jogo.