Análise tática do Fluminense, para decisão contra o Flamengo no Carioca

Saiba como atua o adversário do Mais Querido

(Foto: Reprodução/Mailson Santana/Fluminense)

Fluminense e Flamengo se enfrentam neste sábado (22/05), às 21h05, pela decisão do Campeonato Carioca. Se o rubro-negro está pressionado, por vir de três empates consecutivos, no tricolor o clima não está muito diferente. A equipe perdeu no meio da semana para o Junior Barranquilla e deixou a situação na Libertadores dramática. Mas, como atua o time dirigido por Roger Machado? Vamos dissecar aqui os pontos fortes e fracos do adversário do Mais Querido.

O tricolor joga no esquema 4-2-3-1, que varia para uma espécie de 4-4-2, quando Nenê se aproxima do Fred. O time é mais perigoso do que muitos falam. O goleiro Marcos Felipe vive bom momento, o lateral-direito Calegari, de 19 anos, é bem promissor. A dupla de zaga, com Nino e Luccas Claro, é muito forte, apesar do último ter começado a temporada abaixo do nível que teve no Brasileirão.

Na lateral-esquerda, o maior problema técnico do time. Egídio é o titular. Embora as vezes contribua no ataque, levando perigo em alguns cruzamentos – como no gol do Fluminense no primeiro jogo -, ele se desliga em vários momentos na defesa, deixando espaços que o Flamengo pode explorar. No meio, o 1° volante é o jovem e talentoso Martinelli, de 19 anos, e o 2° é Yago Felippe, que não é o mais habilidoso, porém corre muito e tem chegada na área.

Nas pontas, dois jovens. Na direita, Kayky, que é considerado uma das grandes promessas do futebol brasileiro e, inclusive, já está vendido ao Manchester City. Canhoto e habilidoso, o Flamengo precisa redobrar a atenção em cima dele. Na esquerda, uma dúvida de Roger. São duas opções: Luiz Henrique, de 20 anos, que é muito veloz e ajuda na recomposição, mas com menos qualidade na frente, ou Gabriel Teixeira, da mesma idade, que é mais técnico, porém contribui menos na defesa.

Mais centralizado, outra incógnita. No meio da semana, atuou Cazares. Entretanto, quem vinha sendo titular era Nenê, que, inclusive, deu a assistência contra o Barranquilla, depois que saiu do banco. Provavelmente, ele vai voltar ao time titular. O meia se movimenta bastante e tem muita técnica. Entretanto, pela idade, o jogador, de 39 anos, as vezes não participa tanto do jogo, atrasa alguns contra-ataques e não recompõe. No ataque, Fred, outro veterano, com 37 anos, que também não tem a agilidade de outros tempos, mas que não pode ter espaço, pois ainda sabe finalizar. A prova disso é a atual Libertadores, na qual o centroavante marcou 4 gols em 5 jogos.

O Fluminense, então, tem um jogo pelos lados bem forte, com os jovens talentosos, uma defesa sólida e dois jogadores com técnica, que não podem ter espaço. Mas, o time tem uma falha bem grande. Justamente por ter Fred e Nenê, a recomposição defensiva não é das melhores. Com isso, Martinelli e Yago muitas vezes ficam sobrecarregados no meio e acabam deixando espaços perigosos, ainda mais contra um time com tanta técnica no setor, como o Flamengo. No jogo de ida, Rogério percebeu essa fragilidade e escalou o time com Gerson na mesma linha de Arrascaeta e Everton Ribeiro, com o trio atacando pela faixa central e causando muitas dificuldades ao tricolor.

Para compensar essa desvantagem numérica no meio, muitas vezes um dos zagueiros avança para fazer o combate no adversário que tem a posse. O problema para o time é que, assim, fica um buraco atrás. Quando a outra equipe só tem um atacante, essa falha não aparece tanto, pois o outro defensor faz a marcação em cima dele. Porém, quando joga com 2 (como o Flamengo, quando Bruno Henrique se aproxima de Gabigol), este zagueiro fica em menor número na marcação. Então, se não roubar a bola no combate inicial, cria-se um grande problema. O rubro-negro, inclusive, quase marcou em uma jogada dessas, porém o camisa 9 perdeu uma chance incrível.

Uma das soluções para o Fluminense, nesse caso, seria tirar o Nenê ou o Cazares, que também não recompõe tanto, e colocar um volante, como Wellington ou Hudson. Assim, o time ficaria menos técnico, mas fortaleceria o meio, não dando tanto espaço para os adversários. Entretanto, caso Roger Machado opte por botar um dos meias-atacantes na final do Carioca, a tendência é que o Flamengo consiga criar grandes chances de marcar. A questão vai ser ver se o rubro-negro irá aproveitar as oportunidades.