Análise tática de Flamengo 1 x 1 Fluminense

Confira como atuou a equipe comandada por Rogério Ceni, no jogo de ida da final do Carioca

Foto: Marcelo Cortes / Flamengo
(Foto: Reprodução/Marcelo Cortes/Flamengo)

Flamengo e Fluminense realizaram o primeiro jogo da final do Campeonato Carioca. O rubro-negro foi superior por 70 minutos, abriu o placar com Gabigol, de pênalti, mas sofreu o empate, em mais um gol de bola parada e ainda quase tomou o segundo gol. A partida terminou em 1 a 1. Vamos destrinchar taticamente como foi a atuação do Mais Querido.

O Flamengo começou pressionando, sem deixar o Fluminense jogar. O rubro-negro, com a bola, estava em uma espécie de 3-1-5-1. Arão, pela direita, Rodrigo Caio, no meio, e Filipe Luís, na esquerda, formaram a primeira linha. Diego era o primeiro homem do meio de campo. Na frente, Isla na ala-direita (avançando sempre pra linha de fundo), Everton Ribeiro pela meia-direita, Gerson centralizado, Arrascaeta na meia-esquerda e Bruno Henrique como ponta-esquerda, que caia para dentro da área. Gabigol ficou de centroavante.

A estratégia de botar Gerson mais adiantado, na mesma linha de Arrascaeta e Everton Ribeiro, deu certo. O meia foi bem participativo, aproveitado o espaço deixado no meio pelo Fluminense, devido a falta de recomposição do Nenê. Aos 15 minutos, o “Coringa” começou a jogada, abriu para o camisa 7 na esquerda, que devolveu para ele dentro da área. Egídio tentou roubar a bola e chutou o joelho de Gerson, que sofreu o pênalti. Gabigol bateu com perfeição e abriu o placar.

Foi Gerson que roubou a bola no campo de ataque, que sobrou para Arrascaeta fazer boa jogada individual pelo meio e chutar para fora. O uruguaio também deu uma outra bela finalização de fora da área, parando em defesa de Marcos Felipe. Nos dois lances, ele estava centralizado próximo de Gerson, aproveitando o espaço no meio. A diferença foi que, dessa vez, com Gabigol na ponta e Bruno Henrique de centroavante.

O time passou a variar o esquema com a bola. Muitas vezes foi para o 3-2-3-2, com Gerson na mesma linha que Diego e Bruno Henrique próximo de Gabigol. Mas, foi no 4-4-2, com Isla atuando como lateral (não ala), que surgiu a principal chance. Filipe Luís, não precisando atuar como um terceiro zagueiro, teve mais liberdade para avançar. Ele recebeu a bola de Arrascaeta e enfiou na velocidade para Bruno Henrique, que estava mais centralizado e próximo do Gabigol. Ele driblou a marcação e serviu o camisa 9, na cara do goleiro. Entretanto, o artilheiro perdeu um gol incrível, que não costuma errar.

No segundo tempo, o time voltou com o mesmo esquema do início do primeiro e até começou bem. Arrascaeta deu uma cabeçada de perigo, em lindo cruzamento de Isla (que teve boa atuação), parando em bela defesa do goleiro. Em um lance que o uruguaio caiu pela direita, ele achou um passe incrível para a infiltração de Bruno Henrique, que chutou mal e perdeu uma grande chance.

Aos 22 minutos, Rogério já tinha feito 4 alterações. Primeiro, tirou Isla e Diego, ambos por estarem amarelados, e colocou Matheuzinho e João Gomes, sem mudar o desenho da equipe. Depois, trocou Everton Ribeiro e Bruno Henrique por Vitinho e Pedro, alterações que muitos torcedores pedem. Com isso, o time ficou no 4-2-2-2, com João Gomes e Gerson na primeira linha do meio, abertos na frente deles o Vitinho (pela direita) e Arrascaeta (esquerda), com Pedro e Gabigol adiantados.

Entretanto, os reservas entraram muito mal. Vitinho, embora quase tenha feito um golaço no fim, teve uma partida bem ruim, Matheuzinho não conseguiu render pela direita e Pedro quase não participou. Só João Gomes teve uma atuação regular, mas nada excepcional. A equipe, então, caiu muito de nível e o Fluminense passou a atacar mais.

Então, em um cruzamento de escanteio afastado pela defesa, Egídio pegou a sobra com liberdade e cruzou na segunda trave, dentro da pequena área. Gabriel Batista não saiu na bola, Pedro não acompanhou o Luiz Henrique, que jogou para o meio. Arão não alcançou e Abel Hernández empatou o jogo. O Fluminense quase virou pouco depois, após erro de passe de Filipe Luís em cobrança de falta no meio, mas o Flamengo deu sorte que Luiz Henrique perdeu cara a cara com o goleiro. Aos 39, o rubro-negro quase sofreu outro gol de cruzamento na área, quando Caio Paulista pulou por cima da Filipe Luís, mas cabeceou para fora.

Apesar dessas chances finais, o resultado não refletiu o que foi o jogo. O Flamengo foi muito superior na maior parte do tempo, mas não soube aproveitar as chances. Se atuar da mesma forma no sábado que vem, aproveitando o meio de campo, e caprichar mais na finalização, tem tudo para sair com o título do Carioca.