Na tarde desta terça-feira, o meia Everton Ribeiro escreveu carta para o site ‘The Players Tribune’. Entre alguns assuntos, o camisa 7 falou sobre quando percebeu o motivo de todos os jogadores desejarem atuar no Mengão.
”Eu tenho dois moleques. Dois carioquinhas flamenguistas da gema. Totói, mais novo, brincalhão, extrovertido, não pode ver alguém com a camisa do rival na rua que já manda “Aê, nós vamos amassar vocês!”. A pessoa dá risada, brinca com ele, vem conversar, trata a gente com cordialidade. O mais velho, o Guto, nasceu prematuro em 2018 e precisou ficar na UTI neonatal. Todas as noites eu ia dormir no hospital com ele e a Marília. E no meio desse turbilhão, na quarta-feira, tinha jogo contra o Emelec, no Maracanã, valendo classificação pras oitavas da Libertadores. Vocês podem imaginar como estava sendo difícil pra mim”, escreveu, antes de emendar:
”Mas aí uma coisa maravilhosa aconteceu. Na quarta à noite eu subi pro campo pensando no Guto e na Marília. Como será que eles estão? Eu não devia ficar na maternidade com eles? Eu ia me perdendo nessa aflição quando pisei no gramado e um grito absurdo, diferente dos outros que eu já conhecia, começou a vir da arquibancada”, emendou, para depois finalizar:
”Levei um tempo pra compreender o que a galera dizia. Quando compreendi, quase caí no chão. O Maraca inteiro cantava o nome do meu filho. Dá pra imaginar um negócio desses? P****, velho! Vocês entendem quando eu digo que tenho medo de decepcionar as pessoas, de decepcionar a Nação? E que o único jeito que eu tenho de lidar com isso é vencendo? Então. Naquela noite eu fiz os dois gols do jogo e, embora não fosse ainda a nossa hora na Libertadores, eu soube que algo muito grande estava sendo construído. Foi ali que eu entendi por que todo jogador brasileiro sonha em jogar no Flamengo um dia”, finalizou.