Durante o FlaxFlu de abril desse ano, dois torcedores do Flamengo foram detidos devido a uma faixa em que se lia “Morte aos torturadores de 64”. No documento divulgado pelo TJ-RJ sobre o caso, eles alegaram que não ficou claro se a faixa dizia “Morte aos tricolores” ou “Morte aos torturadores”.
Agora o TJ-RJ decidiu que não há necessidade de uso de tornozeleira eletrônica por parte dos dois torcedores, que seguem impedidos de frequentar jogos do Flamengo até o fim desse ano. Também foi definido que os torcedores terão que doar quatro baterias veiculares para carros do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (BEPE). A informação é do portal ‘GE’.
No julgamento, os advogados de defesa dos dois torcedores, membros da comissão de direitos humanos da OAB, mostraram a faixa e imagens para comprovar que a faixa era um protesto à ditadura militar, e não um discurso de ódio aos tricolores.
O advogado Rodrigo Mondego deu entrevista ao GE em relação ao caso: “O movimento de torcedores Flamengo Antifascista tentou propor esse debate contra os torturadores da ditadura militar que não sofreram nenhuma punição por terem praticado crime de lesa à humanidade, mas infelizmente a Justiça do Rio de Janeiro não entendeu assim. Por mais que seja uma vitória eles tirarem a tornozeleira e o monitoramento que era algo que mexia com a vida deles.”
Apesar de comemorar a retirada das tornozeleiras, o advogado criticou a obrigação de comprar as baterias. “Mas acabaram tendo uma punição maior tendo que pagar as baterias. Punição maior do que quem praticou crime de lesa à humanidade, quem torturou, quem estuprou, que sumiu com corpos de pessoas. Quem até matou um atleta do próprio Flamengo, que foi o Stuart Angel. Os assassinos do Stuart Angel tiveram uma punição menor do que os flamenguistas que propuseram punição aos torturados da ditadura militar.”