O Flamengo voltou a campo contra o Talleres na última quarta-feira e mais uma vez não convenceu. Fora de casa, o Rubro-Negro fez primeiro tempo ruim, mas se recuperou no segundo para arrancar empate por 2 a 2. O jornalista Renato Maurício Prado, o RMP, assistiu o duelo ao lado de um velho conhecido da Nação: Jorge Jesus. Em conversa com o jornalista durante a partida, Jesus revelou a Renato querer voltar ao Fla.
”Quero voltar, sim. Mas não depende só de mim. Posso esperar até pelo menos o dia 20. Depois disso, tenho que decidir minha vida. Esse time ainda mexe comigo. Me incomoda vê-lo em dificuldades. Tenho certeza de que se eu tivesse continuado teríamos conseguido uma longa hegemonia por aqui. Estávamos bem à frente dos demais”, disse Jorge Jesus.
Confira outros trechos da conversa entre Jesus e o jornalista
Porque ter saído logo após renovar
”A pandemia me afetou demais. Foi algo absolutamente inesperado e devastador. Fiquei completamente só. Um funcionário deixava a comida na soleira da porta do meu apartamento e saía correndo. Parecia que eu estava vivendo num leprosário. Era muito difícil. Por isso, quando surgiu o convite do presidente do Benfica, um velho amigo, aquela me pareceu a melhor opção. Inclusive para voltar a viver perto da minha família”
Sobre conversa com Braz e Spindel em dezembro
”Não. A conversa foi superficial e em momento algum me fizeram um convite ou, ao menos, me perguntaram se eu queria voltar. E aquele era um momento difícil, pois se eu pedisse demissão do Benfica, teria que pagar uma multa de 10 milhões de euros. Por isso, tinha sugerido que só viajassem para Portugal em final de janeiro, quando a situação seria mais fácil para negociar. Mas quiseram ir em dezembro e a sensação que tenho é que, quando me visitaram, já tinham tomado a decisão de contratar o Paulo Sousa. Foram apenas cumprir uma obrigação social comigo. Braz e Spindel não me convidaram para voltar em dezembro”
Jogo posicional
”Não gosto do jogo de posições. Não é o meu estilo. Mas muitos treinadores de hoje em dia são adeptos dele. É um sistema como tantos outros. Mas só dá certo quando serve de ponto de partida e não como amarra. Se os jogadores ficam parados, esperando a bola e não se movimentam, vira jogo de matraquilhos (totó no português de Portugal)”
Arão na zaga
”Não é a dele. Só em situações excepcionais, para substituir um zagueiro por um atacante, por exemplo, recuando-o no final de um jogo em que precisássemos desesperadamente fazer um gol”, finalizou Jesus.