O Flamengo venceu o Universidad Católica, nesta quinta-feira (28/04), no Chile, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. O Mais Querido teve um primeiro tempo bem forte no ataque, caiu de rendimento na segunda etapa e mostrou muitas fragilidades defensivas. Ainda assim, conseguiu a importante vitória por 3 a 2. O jogo, então, teve aspectos positivos e negativos sobre a equipe de Paulo Sousa, mas que parece ter cada vez uma cara própria.
O Mais Querido teve oito desfalques para a partida, sendo quatro zagueiros: David Luiz, Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Fabrício Bruno, além de Matheuzinho, Ayrton Lucas, Matheus França e Vitinho. Ainda assim, Paulo Sousa manteve a estrutura da equipe em uma espécie de 3-4-2-1 com a bola. No gol, Santos ganhou a vaga de Hugo, enquanto a primeira linha foi formada com Arão pela direita, Pablo de zagueiro central na vaga de DL e Filipe Luís na esquerda.
Na ala-direita, ainda sem Matheuzinho, Isla foi novamente o escolhido. A dupla de volantes permaneceu João Gomes e Thiago Maia, com a grande mudança do time na ala-esquerda: recuperado de lesão, Bruno Henrique voltou ao time titular no setor, botando Lázaro no banco. Já o trio ofensivo foi formado por Gabigol como referência, Everton Ribeiro por trás dele pela direita e Arrascaeta à esquerda.
A entrada do BH mudou bem a característica do time. Isso porque, Lázaro, que vem tendo uma ótima temporada, é um jogador com a caraterística mais de criação no passe, cortando para dentro. Já Bruno Henrique tem mais velocidade e costuma cair pela linha de fundo, dando profundidade à equipe. E, de fato, a volta do atacante fez efeito. E nem demorou para isso.
Logo aos 7, Thiago Maia, que fez uma boa primeira etapa, roubou a bola no meio de campo, pela esquerda, que ficou com Bruno Henrique. O atacante passou para João Gomes, que devolveu de primeira, em bola longa, explorando a velocidade do jogador. BH, então, avançou, cortou para dentro e deu lindo passe para a infiltração de Gabigol. O camisa 9 chutou de primeira e abriu o placar.
Mas, se na frente o Flamengo estava conseguindo criar com tranquilidade, na defesa também estava dando espaços. O time marcava em um 4-4-2, com Isla recuando para a linha dos outros três defensores e Everton Ribeiro fechando pela direita, tendo Arrascaeta e Gabigol mais adiantados. Entretanto, a equipe não conseguia botar intensidade na defesa. Com o gramado molhado, os jogadores deixavam o Universidad Católica jogar.
Então, aos 11, o time chileno empatou. Na jogada, a equipe trocou passes com tranquilidade em frente à defesa do Flamengo, sem ninguém apertar. Então, x cruzou rasteiro no meio da área para y, marcado por Arão. O jogador deu bonito passe de calcanhar, elevando a bola para o centroavante. Isla estava atrasado na jogada e, quando foi fazer a marcação, acabou batendo na bola e jogando contra o próprio gol, empatando a partida.
No setor ofensivo, o Flamengo continuava bem. Aos h, Arrascaeta teve grande chance de marcar. Everton Ribeiro achou bom passe para Thiago Maia, que foi ao fundo pela direita e cruzou rasteiro para trás, nos pés do uruguaio. O camisa 14 bateu de primeira, mas mandou por cima do gol. Entretanto, x minutos depois, ele se redimiu. Arrasca recebeu passe no meio de campo, centralizado. Ele dominou bem marcado, de costas para o ataque.
A maioria dos jogadores teria dado um passe para trás, mas Arrascaeta rapidamente virou e deu lindo lançamento para a infiltração em velocidade de Bruno Henrique pela esquerda. O ala avançou em velocidade e cruzou rasteiro para Gabigol, na pequena área, que apenas tocou para o fundo das redes. Ainda no primeiro tempo, o próprio Gabi teve mais duas boas chances de marcar. Na primeira, após recuperar bola na frente, Arrasca passou para o camisa 9 de frente para o goleiro, que mandou para fora.
Já na segunda, mais uma jogada da dupla BH e Gabigol. Bruno Henrique recebeu pela esquerda e avançou em velocidade. O camisa 27 conduziu e, então, passou para Gabi na entrada da área para finalizar de primeira, de direita, mas nas mãos do goleiro. O Universidad Católica ainda chegou a criar chances de perigo, sempre pela direita da defesa do Flamengo, mas o jogo foi para o intervalo com 2 a 1 para o Flamengo.
Segundo tempo
O rubro-negro voltou com uma mudança para a segunda etapa. Paulo Sousa botou Andreas Pereira na vaga de João Gomes. Mas, o jogo mudou totalmente de cara. O Universidad Católica começou a marcar pressão, o Flamengo recuou as linhas e não conseguia sair jogando. Na defesa, o Mais Querido encontrava muitas dificuldades pelo lado direito e a equipe chilena criou diversas vezes com perigo por lá.
O Mais Querido até criou duas chances claras em sequência. Na primeira, aos 15, Bruno Henrique recebeu na esquerda, na faixa do meio de campo, e acelerou para um contra-ataque. Em muita velocidade, o atacante conseguiu clarear a jogada cortando para o meio e tinha Andreas livre entrando pela direita. Mas, tentou fazer sozinho, acabou sendo travado e Gabigol bateu de primeira a sobra, com força, para fora. No minuto seguinte, após jogada rápida na direita, Everton Ribeiro cruzou e Gabi não alcançou.
Mas, foram lances isolados. Com o campo pesado, time estava desgastado fisicamente. Equipe não conseguia sair jogando e nem ter o contra-ataque. Assim, aos 18, Paulo Sousa fez três mudanças. Tirou Bruno Henrique, que estava voltando de lesão, além de Arrascaeta e Everton Ribeiro, para colocar Lázaro, Diego e Marinho. A estrutura tática se manteve, com Lázaro fazendo a ala-esquerda, Marinho avançado pela direita e Diego centralizado à esquerda.
O objetivo de Paulo Sousa era dar mais intensidade na defesa pelos lados, principalmente o direito que estava sofrendo tanto, solidificar o meio e tentar um contra-ataque. No quesito ofensivo, Lázaro logo mostrou a cara, dando um chute forte da entrada da área, para fora. Mas, defensivamente, o time continuava sofrendo bastante no setor direito. Aos 35, Paulo Sousa fez a última mudança, colocando Pedro na vaga de Gabigol, tendo, assim, um pivô para tentar prender a bola na frente.
Então, aos 39, veio o gol. Pedro pressionou a saída de bola adversária, conseguiu dar um toque no meio de campo e a posse ficou com Marinho. O atacante acelerou a jogada e acionou Lázaro, que infiltrou na área em facão da esquerda para dentro. O jovem conseguiu um belo domínio e finalizou com força, ampliando o placar. O Universidad Católica continuou tentando pressionar e fez o segundo aos 48. Após jogada na direita e cruzamento na área, Arão afastou, mas a sobra ficou com Buonanotte, que entrou na área, chutou, Pablo tentou cortar, mas desviou para dentro.
A partida, então, não foi das melhores para o Flamengo, principalmente no segundo tempo. Time apresentou muitos problemas defensivos e sofreu mais do que precisava. Campo pesada e escorregadio, definitivamente, prejudicou o rendimento. Ainda assim, há aspectos positivos no confronto. Bruno Henrique está cada vez mais adaptado na ala-esquerda, o setor ofensivo está fluindo bem e o time já tem uma cara. Resta descansar e continuar evoluindo.