O Flamengo enfrenta o Fluminense neste sábado (02/04), às 18h, no Maracanã, pelo jogo de volta da final do Campeonato Carioca. E é a hora da resposta. Não apenas por ter perdido a ida por 2 a 0. Mas, principalmente, pelo baixíssimo rendimento do time no clássico de quarta-feira. Agora, a equipe comandada por Paulo Sousa tem que mudar de sintonia, atuar com intensidade, pressionar o adversário e buscar o inédito tetracampeonato Estadual.
Para a partida, Paulo Sousa deve manter a mesma estrutura tática, em uma espécie de 3-4-2-1 com a bola. O treinador terá a volta de alguns jogadores importantes, mas com a possibilidade de um desfalque também de peso: Fabrício Bruno. Caso o zagueiro jogue, a tendência é que ele atue na primeira linha pela direita, com David Luiz central e Filipe Luís pela esquerda. A dupla de volantes deve ser Arão e Thiago Maia, tendo o retorno de Rodinei para ala-direita.
Entretanto, caso Fabrício Bruno fique de fora, cria-se um dilema sobre quem entra na vaga. Na ida contra o Fluminense, após a lesão do zagueiro, Paulo Sousa optou por botar Léo Pereira como zagueiro central, com David Luiz pela direita. O grande problema é que LP, canhoto, costuma render melhor pela esquerda e, quando joga pelo meio do trio, fica ‘perdido’. Não por acaso, já cometeu três erros grotescos na temporada que geraram em gols adversários, todos atuando na posução.
Dessa forma, o ideal seria colocar outro jogador na posição. Sem Pablo e Rodrigo Caio, lesionados, o substituto natural seria Gustavo Henrique. Mas, o zagueiro não atua desde fevereiro, quando sofreu uma lesão, e, por mais que esteja treinando, perdeu o ritmo de jogo. Assim, uma ótima opção seria a de recuar Willian Arão para atuar na primeira linha, pela direita, algo que o camisa 5 já está habituado, pois fez essa função com Rogério Ceni e teve bom rendimento.
Um outro motivo que atesta a escolha de botar Arão na primeira linha é que o Fluminense deve atuar todo fechado, com as linhas baixas, ameaçando apenas em contra-ataque. Como o Flamengo deve ter mais a posse, ao recuar o camisa 5, você teria mais um construtor na primeira linha – já que o volante tem qualidade no passe longo – podendo botar outro atleta criativo no meio, ao lado de João Gomes, provavelmente Andreas ou Thiago Maia.
Na ala-esquerda, Marinho não rendeu bem, então a expectativa é que Paulo Sousa mude. Sem Vitinho, lesionado, o técnico tem duas opções principais: Lázaro e Bruno Henrique. O jovem vem atuando muito bem na função ao longo da temporada, construindo bastante com os passes em profundidade. Caso ele seja titular, a tendência é que o trio de ataque fique com Gabigol de referência, com BH e Arrascaeta por trás, tendo uma movimentação constante entre os três.
Mas, justamente pela tendência do Fluminense jogar tão fechado, pode ser que Paulo Sousa opte por colocar Pedro de referência. Isso porque, o jogador é um centroavante mais de área, que faz o pivô e consegue prender a marcação dos zagueiros adversários, abrindo espaço para os demais infiltrarem. Caso faça isso, Bruno Henrique seria deslocado para a ala-esquerda, com Gabigol jogando atrás de Pedro pela direita e Arrascaeta na esquerda.
Há uma opção ainda mais ousada, mas que, devido ao placar adverso, pode ser uma boa para Paulo Sousa. Nela, o trio de ataque seria formado por Pedro, como referência, Gabigol atrás dele pela direita e Bruno Henrique ao lado, na esquerda, com Lázaro na ala-esquerda. Já Arrascaeta recuaria um pouco para atuar ao lado de João Gomes, no meio de campo em frente à primeira linha. Por mais que o uruguaio fique mais distante da área, ele teria espaço para ser o maestro, dar os passes, infiltrar e chutar de fora da área.
Ou seja, Paulo Sousa está recheado de opções de muita qualidade, mantendo a estrutura tática que gosta. Mas, ainda mais importante que as escolhas em si, é a postura do time. É fundamental que o técnico avance as linhas, de forma compacta, colocando os zagueiros próximos da linha do meio-campo, sufocando o Fluminense. Além disso, os atletas precisam atuar com muita intensidade, acelerando o jogo, pressionando a saída de bola tricolor e buscando o gol a todo momento. Só assim o Flamengo terá uma chance de vencer o título pela quarta vez consecutiva.