Flamengo e Olimpia se enfrentam nesta quarta-feira (11/08), às 19h15, no Estádio Manoel Ferreira, em Assunção, no Paraguai, pela ida das quartas de final da Libertadores. O Mais Querido vem de uma goleada sofrida contra o Internacional, por 4 a 0, o que preocupou a torcida. Ainda assim, o time tem muitos aspectos técnicos e táticos que, se forem botados em prática, podem garantir a vitória fora de casa.
No quesito técnico, não há dúvidas que o Flamengo sobra há alguns anos. Já no aspecto tático, o time vinha muito bem com Renato Gaúcho, até o jogo contra o Inter. O grande erro na derrota foi na marcação pós-perda de bola. A equipe não jogou tão compacta e nem com a intensidade das partidas anteriores. Assim, dava liberdade para o adversário sair jogando e conseguir ultrapassar com facilidade as linhas defensivas.
É fundamental para o Flamengo estar bem postado no setor ofensivo para, quando perder a bola, já conseguir pressionar o adversário e recuperar a posse. Isso porque, os jogadores de frente do Mais Querido não têm como característica a recomposição, então a roubada já tem que ser no ataque. Contra o Inter, não só o time se posicionou mal, como os volantes não estavam atentos, sem acompanhar os rivais, além de uma partida com erros individuais de quase o time inteiro, do goleiro ao centroavante.
Há uma possibilidade dessa derrota ter ligado um “sinal de alerta” na equipe. Assim, acredito que o time deva entrar muito mais ligado, com intensidade e marcando pressão, como vinha fazendo nos jogos anteriores. Para o Flamengo ter um bom rendimento, com os jogadores que tem, é fundamental que jogue dessa maneira. A marcação tem que ser feita a partir do momento que perde a bola, já tentando recuperá-la.
Com a equipe atuando dessa forma, entra as outras questões táticas. O Flamengo muitas vezes joga em uma espécie de 3-3-3-1 com a bola. Isso porque, Willian Arão recua entre Gustavo Henrique e Léo Pereira para qualificar a saída. Assim, os laterais ganham mais liberdade, ficando na mesma linha que Diego e podendo avançar. Na frente, Everton Ribeiro atua aberto pela direita, Arrascaeta centralizado e Bruno Henrique na esquerda. Gabigol, por sua vez, fica como referência, se movimentando o tempo inteiro.
A formação varia bastante para um 4-1-4-1. Isso depende da postura do adversário, pois, quando o rival atua recuado, sem pressionar a saída de bola, Willian Arão não precisa recuar na zaga para o passe inicial, já que os dois zagueiros podem fazer sem problemas. Assim, o camisa 5 pode atuar como 1º homem do meio de campo, dando liberdade para Diego avançar para a mesma linha que Everton Ribeiro, Arrascaeta e Bruno Henrique. Os laterais continuam podendo subir. Isla explora o corredor direito, já que ER7 cai por dentro, enquanto Filipe Luís costuma construir pelo meio, pois BH faz a ala.
Inclusive, a tendência é que o Flamengo jogue no 4-1-4-1, já que o Olimpia, mesmo estando em casa, deve atuar na maior parte do tempo recuado, explorando sempre o contra-ataque. Pode ser que tenha uma pressão no começo de cada etapa, mas, no geral, a postura da equipe paraguaia deve ser essa. O time joga em um 4-4-2, com a defesa bem postada e usando sempre a ligação direta.
O Olimpia é uma equipe que conhece as próprias limitações, o que é perigoso para o Flamengo. Isso porque, o time não vai se expor para tentar construir as jogadas. A tendência é que façam uma defesa muito sólida, na qual o Mais Querido vai ter que tentar achar um espaço para marcar – algo que o Inter, por exemplo, não conseguiu nos dois confrontos.
Com a bola, o time deve tentar muitos lançamentos para o centroavante fazer o pivô e explorar a velocidade dos alas. As jogadas passam muito pelo Derlis González, ex-Santos, e Jorge Recalde. O volante Richard Ortiz também é um dos pilares do time. Já no banco, o experiente Roque Santa Cruz, de 39 anos e com passagens por clubes na Europa, é sempre perigoso.
Entretanto, o Olimpia é um time que tem defeitos que o Flamengo pode explorar. Além de não ser uma equipe técnica, os paraguaios são pesados na defesa e, por isso, o Mais Querido pode achar espaços, principalmente com a movimentação e passes rápidos. Outro fator é que, na zaga, o técnico Sergio Orteman tem não conta com Antolín Alcaraz, titular, e Luis Cáceres, reserva, que estão lesionados. Jordán Santa Cruz, que começou na última partida, teve uma atuação ruim, sendo substituído no intervalo por Jorge Recalde.
Então, o Flamengo tem tudo para sair vitorioso. Para isso, é preciso entrar em campo bem focado, com intensidade, marcando pressão e sem bobear na defesa, tendo atenção aos contra-ataques. Caso o Mais Querido atue assim e se movimente bem com a bola, trocando passes rápidos, a equipe tem tudo para sair com mais uma vitória, mesmo jogando fora de casa.