O Flamengo foi goleado pelo Internacional por 4 a 0, no domingo (08/08), em pleno Maracanã, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Foi a primeira derrota da equipe no comando de Renato Gaúcho, encerrando a sequência de oito vitórias consecutivas do time. A atuação do Mais Querido foi desastrosa, principalmente no quesito defensivo, e liga um alerta para o jogo de quarta-feira (11/08), contra o Olímpia, pela ida das quartas de final da Libertadores.
Com a equipe em boa fase, Renato manteve o esquema das partidas anteriores, em uma espécie de 4-1-4-1. O Inter entrou em um 4-4-2, com duas linhas fortes de marcação e a dupla Taison/Yuri Alberto com liberdade para se movimentar. O colorado não apertava muito a saída de bola, se fechando para buscar o contra-ataque, e, com isso, a dupla de zaga do Flamengo fazia a saída de bola, com Arão mais na frente, de 1º volante, e Diego na mesma linha que Arrascaeta, Everton Ribeiro e Bruno Henrique.
O Inter não dava muito espaço, mas o Flamengo até começou bem, criando boas chances. A principal foi aos 8 minutos. Gabigol fez bela virada de jogo para Isla – que tem sempre muita liberdade para avançar pelo corredor. Ele passou para Arrascaeta, que estava caindo pela direita, já que, com Renato, o uruguaio atua centralizado, podendo se movimentar por todo o campo. O meia passou para o camisa 9, já na entrada da área, que tabelou com Diego (avançado), recebendo uma bela enfiada de bola, na cara do goleiro. A bola ficou mais na direita, mas o centroavante tentou uma cavadinha de esquerda, errando.
Aos 13, uma outra boa chance. Everton Ribeiro, que atua na meia-direita, sempre caindo por dentro, deu bela enfiada de bola para Isla, dentro da área, que cruzou rasteiro. Arrascaeta desviou a bola e ela ficou à feição para Gabigol chutar com a perna direita. O atacante, entretanto, tentou arrumar para a esquerda e perdeu a chance de finalizar. Ou seja, até os 17 minutos, o Flamengo vinha fazendo um bom jogo, com a posse no campo de ataque, tentando furar a forte defesa do Inter. Então, veio o primeiro erro grave defensivo da equipe.
Bruno Henrique tentou partir em velocidade e perdeu bola no meio de campo. Ainda assim, a posse ficou com o Inter no campo de defesa, com todos os jogadores do Flamengo atrás da linha da bola. Mas, o time tentou subir a marcação com os atletas do meio para frente, deixando um buranco entre essa linha e a da defesa. A zaga adversária achou um passe para Edenilson, que dominou já na frente dos meias rubro-negros, ao lado apenas de Diego, que era o mais recuado da jogada. Ele passou para Yuri Alberto, que fez o pivô, com 3 jogadores cercando ele. A marcação tinha tudo para estar controlada.
Mas, depois que Edenilson deu o passe, outro grande erro: Willian Arão não acompanhou o meia colorado, que avançou para receber de volta do centroavante. Logo em seguida, outra falha: Léo Pereira, que estava mais próximo de Yuri Alberto, resolve soltá-lo para marcar o jogador com a bola, sendo que Gustavo Henrique era o mais perto e, por isso, quem deveria fazer isso. Assim, o defensor deixou um buraco na defesa pela esquerda. Yuri Alberto aproveitou, avançou nele, Filipe Luís não acompanhou e o atacante recebeu de volta, livre e marcou.
Dois minutos depois, o Inter perdeu um gol incrível. O time fez ótima jogada, explorando a velocidade pela direita, conseguiu cruzar rasteiro e Yuri Alberto, livre na pequena área, deu de carrinho para fora. O jogo ficou morno, o Flamengo sentiu o gol e passou a ter muitas dificuldades para criar chances. O colorado se fechou e só voltou a atacar aos 40, marcando o gol. Diego perdeu bola na defesa, o Flamengo tentou recuperar rapidamente, mas não conseguiu, dando espaço para o adversário avançar. Depois de uma virada de Saravia, Patrick dominou e deu bela enfiada para Yuri Alberto, que mais uma vez contou com a falha da marcação. Dessa vez, Gustavo Henrique quem não acompanhou e o jogador marcou de novo.
O rubro-negro teve a chance de descontar. Diego, mais adiantado, driblou o zagueiro e fez belo cruzamento para Bruno Henrique, que teve a chance de descontar e ir para o intervalo em 2 a 1. Entretanto, o atacante cabeceou em cima do goleiro. O camisa 10 ainda tentou em chute de longe, mas sem sucesso. No segundo tempo, o Mais Querido novamente começou em cima e na mesma formação. Aos 5, Isla recebeu bola dentro da área e fez o cruzamento rasteiro, em direção ao BH, e a zaga cortou, quase fazendo o gol contra. Na cobrança do escanteio, a defesa afastou e o time só tinha Felipe Luís mais recuado. Taison dominou, Diego, que estava amarelado, não fez a falta e o atacante colorado avançou com velocidade, passou pelo lateral e marcou o gol.
Depois, aos 14, o Flamengo quase descontou novamente, em bela cabeçada de Léo Pereira, parando em defesa espetacular de Daniel. No minuto seguinte, Gabigol ficou revoltado com a marcação de uma falta, chutando a bola para longe e recebendo o amarelo. O atacante não gostou da marcação, aplaudiu ironicamente e recebeu o segundo cartão, sendo expulso. O Inter aproveitou. Primeiro, Saravia deu belo lançamento para Lindoso, que infiltrou. Arão e Gustavo Henrique não acompanharam e o volante chutou de frente para gol, só que em cima do goleiro.
Dois minutos depois, o último gol. Edenilson lançou Yuri Alberto. Léo Pereira não acompanha, pois avançou para fazer a linha de impedimento. Entretanto, Isla vacilou e deu condição ao atacante, que entrou na área sozinho e marcou. Renato ainda tentou botar Pedro, Thiago Maia e Michael, nos lugares de Arrascaeta, Everton Ribeiro e Diego, formando um 4-2-2-1, com Arão e Thiago Maia de volantes, Michael aberto na direita, Bruno Henrique na esquerda e Pedro de referência. O time até melhorou um pouco, muito graças ao ponta, que entrou com a energia de sempre, mas não deu tempo e o time perdeu o jogo.
A derrota mostrou alguns problemas na defesa, seja de técnica de alguns jogadores, como tático. O time deixou muito buraco entre as linhas, falhou na recomposição e na marcação pressão. Além disso, por alguns momentos, a equipe parecia que entrou achando que venceria à qualquer momento e não jogou com a mesma intensidade das outras partidas, com e sem a bola, na marcação pressão e na recomposição. O ponto que pode ser considerado positivo para o Flamengo é que, com a goleada, os jogadores devem entrar contra o Olimpia ainda mais pilhados, sem soberba de acharem que está ganho.