Tite enaltece elenco do Flamengo após vitória contra o Fluminense: ‘Quando um grupo de atletas se gosta, ele faz mais’

Treinador falou sobre o clima interno do grupo rubro-negro

(Foto: Reprodução/FlaTV)

O Flamengo venceu o Fluminense por 1 a 0 neste domingo (23/06), no Maracanã, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após a vitória, o técnico Tite falou sobre o bom momento rubro-negro.

“Quando um grupo de atletas se gosta, ele faz mais. Quando se tem o respeito, a amizade, ele faz mais. Nós pensamos sempre no próximo jogo. Trabalhamos dessa forma e conduzimos o trabalho dessa forma, sem se preocupar com estatísticas ou situações passadas. É sempre o momento”, disse Tite.

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Sobre o calendário da CBF

“Pessoalmente, falei de forma respeitosa e confirmo tudo aquilo que eu disse. Repito tudo aquilo que eu disse”.

Bola parada e pênalti não marcado em David Luiz

“Nós trabalhamos a bola parada defensiva e ofensiva estrategicamente, procurando a vulnerabilidade do adversário. A gente sempre tem estratégias em faltas laterais, escanteios e até laterais mesmo. Ocupar espaços estratégicos e tentar fazer o gol. Nós usamos até o termo ‘Jogo de bolas paradas’, que é um dos jogos dentro do jogo. O Matheus (Bacchi) é o responsável direto e nós auxiliamos e tem sido efetivo. Nós temos dentro do nosso modelo uma maneira de posicionamento, de marcar. E hoje nós tivemos, dentro do que nós vimos, um lance em que o David (Luiz) foi obstruído num movimento dele. O árbitro eu acho que estava encoberto pela visão. O árbitro do VAR poderia ter chamado. Na nossa visão, não era um lance difícil para o VAR. Impediu a movimentação do David por duas vezes. Nós sempre pontuamos algo que achamos que é do nosso direito. No lance do pênalti que o VAR auxiliou foi um pênalti claro também. Então, só para ressaltar isso. Existe todo um contexto em cima disso, toda uma preparação e, muitas vezes, a gente se vê prejudicado por situações claras, no nosso ponto de vista”, disse o auxiliar César Sampaio.

Sobre a estratégia dar certo

“É um time que na Libertadores tem a segunda ou terceira melhor campanha, com um extraordinário técnico, com uma pessoa que eu tenho uma enorme gratidão, que é o Paulo Angioni. Do outro lado não são inimigos. Importante as pessoas entenderem que do outro lado há um respeito muito grande. A equipe mereceu vencer. Ela esteve nas três alturas – eu digo que a bola determina as nossas marcações. No tiro de meta, na intermediária, ou quando furava as nossas pressões, a gente retomava rapidamente, os externos retomavam rapidamente para deixar a equipe compactada. Isso foi gratificante para quem olha o desempenho da equipe. Fez por merecer, independentemente do momento que fez o gol. Fez por merecer”.

Como implementar a cultura de não desistir e aposentadoria

“Mais um dez anos e eu começo a pensar sobre o assunto (risos)”, disse Tite.

“O envolvimento nosso não é só técnico/tático. É humano. Não só no futebol, mas você sair de casa para ir pra um lugar onde você se sente respeita, se sente bem, você acaba não só produzindo, mas também criando, fomentando inovações. A gente sempre tenta convencer o ser humano antes de impor algo e tem sido orgulhoso e prazeroso esse trabalho. É o meu primeiro trabalho em clube como auxiliar. Vivi desde os meus 13, 14 anos em grupo. Falo que tem sido muito desafiador pelo tamanho e grandeza do Flamengo, mas, ao mesmo tempo, muito prazeroso e os atletas compraram a causa. O próximo jogo sempre é o nosso objetivo maior. Os números fazem parte, não dá para convencer ninguém sem fundamentar. Isso tem sido semanalmente, pós-jogo, as nossas decupagens, para entender o porque das coisas. Porque ganhou, porque perdeu, porque empatou. O que pode fazer melhor, enfim. É uma rotina nossa, mas tem sido bem prazerosa”, disse César Sampaio.

Sobre o bom momento do Wesley

“É difícil individualizar, mas, ao mesmo tempo, é importante que se coloque. A gente poderia falar sobre uma série de atletas. A gente não esconde quando o atleta erra, a gente educa e mostra o caminho certo. O que a gente não faz, por vezes, é mostrar para vocês. Mas, ninguém passa a mão. Principalmente os jovens. O clube também não passa a mão. Só assim, a grande forma de educação. Como professor, agora como avô, a grande forma de educar. Talvez, a grande forma, grande investimento que tenhamos como sociedade é na educação. Tem muitas coisas erradas que eu não gosto de mim, tem outras que eu me orgulho muito. A que eu mais me orgulho é da educação e do respeito. Isso eleva nível”.

Atuação de Bruno Henrique

“Ele jogou muito. É um jogador decisivo que em um lance te dá velocidade, te dá finalização. É impressionante. As vezes um setor de uma equipe marca mais de um lado, expões mais o outro. Vou te dar o lance do pênalti. Ele faz a infiltração central e recebe e profundidade. No jogo contra o Bahia ele ia fazer o gol em uma jogada de finalização pelo lado contrário. Então, ele está correspondendo na opinião do técnico”, disse Tite.

“Não só ofensivamente, também defensivamente. As correções, no jogo passado foi uma peça importante. Cada um tem uma visão e na nossa visão tática o Bruno é um jogador muito útil nas duas fases e vem externando isso. O problema que teve foi contra o Athletico, estomacal e físico. Mesmo assim, quando se está num grupo que se gosta, você faz mais e a gente vê essas ações. Ele saiu porque não tinha condições nenhuma. Eu discordo um pouco (de quem acha que ele jogou mal). O Bruno é muito importante para a gente”, disse César Sampaio.

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“Torço muito pela saúde de todos os atletas, tenho orgulho para caramba de estar técnico do Flamengo, estou muito feliz, estou louco para ir pra casa para ver meus netos, ver minha esposa. Flamengo, Flamengo, Flamengo é o meu real. Flamengo!”, disse empolgadamente Tite.

Desgaste ao enfrentar um time que tem muita posse

“Parabéns ao Fábio Mahseredjian, parabéns Arthur, parabéns Departamento Médico. Eles pediram para os atletas virem antes para concentrar, vieram. Pediram para fazer alimentação. Tem todo um processo de recuperação. Eu já falei sobre o calendário, que eu não retiro absolutamente nada, porque é para contribuir para o bem do futebol. Tem todo um departamento médico, uma estrutura que permite minimizar isso. Mesmo assim, o David Luiz no intervalo estava com o joelho ruim. Disse que estava sentindo, que não ia aguentar o jogo”.

“Boto o sintético aí também, como um terceiro jogo, que é uma adaptação específica a esse tipo de piso. Para cada jogo a gente tem uma estratégia. Quando não temos muito a posse, é não conceder muitas oportunidades de gol ao adversário, tentar controlar e, ao mesmo tempo, ser efetivo. E a gente entende que, mesmo sem a posse, nós tivemos mais oportunidades claras de gol. Aí passa pela parte tática para a gente não se expor, neutralizar pontos específicos do adversário. Tem jogo que não vai ter tanta posse, mas é deixar a posse longe dos locais de risco”, disse César Sampaio.

“Outra coisa, a análise de qualidade está a cima da análise de números. Quando a gente perde precisão de passe e finalização é um sinal de que o desgaste acontece. Você pode perceber, quando uma equipe está desgastada ela perde o timing do passe e a precisão de finalização. É uma observação do jogo também”, disse Tite.

Substituições no Fla-Flu

“No intervalo, o David disse ‘estou sentindo’. Aí conversei com ele, disse: ‘Você está com cartão. Aí, em uma cobertura, o timing da jogada tem que ser preciso. Ele olhou para mim e disse ‘eu não vou aguentar o jogo todo’. Digo, então tenho a substituição do intervalo que eu não queimo. Mas posso tentar esperar. Ele olhou para mim e disse ‘vamos ser inteligentes’, as palvaras são dele, ‘Vamos ser inteligentes, eu to com o cartão, daqui a pouco o timing, juntamente com eu estar machucado, pode prejudicar’. Aí foi determinante na substituição de um outro jogador que joga muito e é uma grande pessoa, que é o Léo (Pereira)”, disse Tite.

“A entrada do Allan, nós trouxemos o Gerson para dentro, com o desgaste do Lorran também. É um jogador que vem rendendo muito, contribuindo para a gente, mas nós víamos que naquele momento do jogo ele já estava perdendo um pouco da fineza, como o Tite diz, oportunidades que ele naturalmente não perde de gol e algumas definições também, devido a esse cansaço também. E o Allan é um jogador que vem em um processo de recuperação, não tinha ainda, pelo departamento de saúde, condições de jogar o tempo todo. Mas, fez um excelente jogo contra o Bahia e hoje reeditou essa apresentação. Depois, a entrada do Victor no lugar do Ortiz, que é um jogador que não está improvisado, pois a origem dele é meio-campista, mas é uma taxa de trabalho maior, com um intervalo de tempo menor, com uma posição e movimentos que ele não estava habituado a fazer. Enfim, são recursos importantes que a gente tem, essas reposições. São atletas que entraram e mantiveram a performances da equipe. Hoje, dentro do DNA do Flamengo é lutar até o final. Vendo bem, exceto a precisão das finalizações, foi um dos jogos mais convincentes desde que cheguei aqui. Fiquei muito feliz pelo que vi. A lógica do jogo é fazer gol e não tomar. Dentro dessa lógica a gente esteve muito próximo desde o início do jogo e o adversário com muita dificuldade”, finalizou César Sampaio.