O Flamengo venceu o Grêmio por 2 a 1 nesta quinta-feira (13/06), no Maracanã, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Foi a primeira partida da sequência que o Mais Querido terá com os desfalques da Copa América. Assim, na entrevista coletiva após o jogo, o técnico Tite exaltou a força do elenco rubro-negro.
“Perguntei ao presidente se ele sabia o porque que a gente tinha vencido. Ele respondeu: ‘equipe’. Respondeu aquilo que ficou representado. O Flamengo não são onze jogadores que iniciam. O Flamengo é um grupo de trabalho. E quando falo grupo de trabalho, estão inseridos torcida, direção, comissão técnica e atletas. Isso vence”, afirmou Tite.
O treinador foi questionado sobre Luiz Araújo, que entrou no primeiro tempo e marcou os dois gols da vitória rubro-negra. Tite, então, exaltou não apenas ele, mas todos os atletas que atuaram na partida, na qual o Flamengo teve muitos desfalques.
Talvez aí fique representado. Não só o Luiz Araújo, mas todos aqueles que entraram em um jogo em que nós tínhamos cinco desfalques de Seleção, três machucados – Carlinhos, Allan e Ayrton Lucas -, dois machucados no primeiro tempo. Se não tem equipe, grupo de trabalho, não chega. Inclusive com apoio do torcedor”.
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Sobre Luiz Araújo
“É um atleta que nós temos como um dos titulares também. É uma pena que só podemos entrar com onze titulares. Mas, o mais seguro de tudo é que temos dado o mesmo conteúdo para todos, mesmo os que tem jogado menos minutos. Essa é a nossa segurança. Então, os atletas quando entram já estão ‘rotinados’ pelos treinamentos”, disse Cesar Sampaio.
O que a CBF e os clubes deviam fazer para paralisar o Campeonato durante a Copa América
“Racionalizar o calendário. Deixar o dinheiro do lado e preservar a saúde e a qualidade do espetáculo”, disse Tite.
Times do Rio Grande do Sul após a tragédia das chuvas
“Nós todos nos mobilizamos quanto a tragédia do Rio Grande do Sul. Parte dos efeitos é sentida com os deslocamentos das equipes do RS. Então, a gente sente empatia nesse momento”, disse Cesar Sampaio.
“Eu falei com Roger (técnico do Juventude), repito aqui: o Campeonato já está desequilibrado em função disso. A gente tem que tentar diminuir essa diferença que é. Ele já está desequilibrado. Ele fica desequilibrado por isso que aconteceu no Rio Grande do Sul. É inimaginável, é só quem vive isso. Nós não temos condições de falar aqui. Só quem sofre e perde um ente querido que pode ter a dimensão disso. Estamos falando de uma coisa que é muito mais, é muito além do futebol. Então, já está desequilibrado”, disse Tite.
Como manter o grupo firme com a sequência de jogos
Podemos ter bom senso. A CBF pensar em realocar alguns jogos. Não quero equiparar com a perda do Rio Grande do Sul, mas também fomos retalhados, porque perdemos jogadores expressivos e mais essas lesões, que nos prejudicam. Então, é algo que a gente deve pensar. Se tiver o bom senso, seria bom também”.
Importância do jogo para potencializar a força do grupo
“Não é só a oportunidade de quem entra, mas de quem permanece de jogar bem também. Senão fica uma muleta pronta de ‘Modificamos muito’. Tem que produzir quem está produzindo e quem entra também. E aí se forma o que falamos. Com todas as oportunidades. Mudar tanta gente assim e manter coordenações dos movimentos é muito difícil. Fica aqui meu agradecimento ao torcedor que entendeu isso. Depois dos dez minutos, passou a apoiar a equipe, porque compreendeu a dificuldade do enfrentamento. Esses garotos da base, o atleta mais experiente também, quanto mais apoio ele sentir do torcedor, melhor ele vai produzir. Mais possibilidade de desempenho vai ter, mais chance de vitória vai ter, mais condição de respeitar o Manto. A relação é essa. Esse carinho que o torcedor passou, especificamente ao Wesley, foi muito evidente. Obrigado. Vocês estão respeitando toda a história do Flamengo”.
Sobre Luiz Araújo poder voltar a ser titular
“Sim, porque o campo fala. Mais do que a vontade do técnico, o campo fala”.
Sobre o processo do Lorran
“Eu não seguro ninguém. Eu queria entrar com doze. Estava até pensando uma forma de botar Lorran e Arrascaeta, mas não dá”, disse Tite.
“A gente tem todo o cuidado, é um atleta jovem. A qualidade técnica dele é um diferencial, mas vem ganhando minutagem e experiência com jogadores da posição. Você ter a possibilidade de trabalhar uma promessa com jogadores como Arrascaeta, Pulgar, Nico, Gerson, enfim, tem muito a crescer. A gente tem cuidado e dado tempo ao tempo. Tem correspondido muito bem. É um menino fantástico, que encanta”, disse Cesar Sampaio”.
“Vou pedir para quem está assistindo fazer uma viagem no tempo. Se remetam a quando vocês tinham dezessete anos. Para mim é longo pra caramba. Foi quando eu estreei no Caxias. Você bota a camisa, uma tensão. São todos os aspectos de evolução. Imagina nós com dezessete anos, já vamos encontrar um pouco da resposta”.
Sem Allan, Pulgar e Igor Jesus, tendência é o Gerson voltar a jogar de volante?
“Assim como falei que o campo fala em relação ao Luiz, o campo falou em relação ao Gerson. O Gerson estava jogando muito. Aí você tira o jogador de onde ele está produzindo bem, coloca ele para outro lugar. Quem me diz que se tivesse iniciado com Gerson por dentro e o Luiz por fora teria sido essa performance? Quem me assegura? Agora é fácil, mas essa é a linha de pensamento. Gerson está arrebentando pelo lado? Permanece e vamos tentar organizar onde não está. Senão a gente fica sem coerência. Aconteceu no jogo? Aí tá. Chamei o Gerson, agora vai por dentro, porque a criação também é por dentro, é central, ela abria a possibilidade e deixa o Luiz para fazer por dentro. Até porque o Luiz estava produzindo bem, mas o Gerson entrou e produziu mais. Essa disputa em alto nível que é importante para a equipe”.
Como foi enfrentar um time ofensivo?
“Foi um belo espetáculo por parte das duas equipes. Uma busca leal, competitiva pelo gol. As duas têm essa característica. Depois que nós fizemos o gol também, quando tinha jogada de pivô e o Grêmio saía, eu sabia que ia abrir espaços, porque nós estávamos com duas flechas dos lados. Não era mais um de armação. Era flecha com um lateral também, no lado direito. Deixa eu fazer um reconhecimento importante: Obrigado Léo Pereira e Léo Ortiz. São dois jogadores que foram adaptados, o Ortiz jogou toda a base como primeiro meio-campista, mas vinha e vem atuando como zagueiro. Se fez necessário. Léo Pereira não é função dele específica. E ele trazer como construtor… E se não tem um bom desempenho deles, fica uma situação exposta, porque não é o lugar deles. E estiveram prestativos e prontos. Fui falar com o Léo Pereira, que estava voltando de lesão, eu nem terminei de falar e ele: ‘pode contar comigo, professor. Pode colocar de lateral. Vou já joguei, sem problemas’. Quando falei com o Ortiz: ‘Já joguei na base nessa situação’. Inclusive, tomou uma dura minha. Se está com câimbra, não precisa passar da linha da bola. Brinquei um pouco, para mostrar como eles se expuseram”.
Liderança do Flamengo
“Vejo da mesma forma. Eu falei para os atletas duas coisas. A primeira é que nos dois títulos que tenho do Campeonato Brasileiro, que é um campeonato extremamente equilibrado, é que grupo é fundamental. Não são os onze, o grupo é fundamental. E segundo: Se manter a liderança, ótimo, que continue assim. Mas, tem que estar no G-4 nas últimas rodadas. As últimas rodadas que decidem. O finalizinho decide”.
Planejamento para o jogo contra o Athletico nessa sequência
“Hoje nós tivemos que nos esforçar bastante para harmonizar. Tivemos perda nos três setores contra uma equipe que merece todo nosso respeito, que no ano passado nos venceu. Então, temos que fazer o diagnóstico jogo a jogo. Até por conta das lesões, dependemos do Departamento de Saúde, da reapresentação. Temos focado jogo a jogo. Essa é uma competição que temos que fazer o planejamento jogo a jogo. Não adianta fazer planos para um segundo, terceiro, porque as vezes você pode perder a referência, a estratégia para a próxima partida. É difícil. Você ter mudanças nos três setores e conseguir harmonizar, além da perda dos atletas, e manter a confiança dos atletas. Hoje, essa minutagem, essa vitória, traz ao próprio atleta essa confiança. É semana a semana, confiar no próximo jogo”.
Matheus Gonçalves
“Entendo situações individuais. Tem jogo que pede uma coisa, outro pede outra. As vezes a necessidade é clínica, como foi que aconteceu. Depois de desgaste. As oportunidades vão surgir para todos”.
Sobre rodar o elenco
“O ‘eu’ não joga. Flamengo é um Manto, é um clube, é sua torcida. É ele o motivo maior, os atletas que ficam expostos. Lembro que uma vez o Gerson falou ‘É uma honra muito grande jogar no Flamengo, mas é uma responsabilidade muito grande, uma exigência muito grande’. Então, ela é de uma direção, que tem uma responsabilidade com o Manto. É de uma torcida que passa esse carinho. Depois dos dez, quinze minutos, quando ela começou a abraçar os atletas, eu olhei e disse ‘sim, é isso’.
Neymar
Posso falar o quão respeitosa foi sempre foi a relação com o Neymar em todo tempo de trabalho. Relação de lealdade que nós tínhamos, falando as coisas, certa ou errada, falando sempre um para o outro. Enquanto ele foi sempre receptivo com todos os atletas, principalmente aos jovens que chegavam na Seleção.