A Globo reduzirá drasticamente o valor do pay-per-view para os clubes do Campeonato Brasileiro 2025 se não conseguir fechar acordo com todos os times que compõem a Série A nacional, independentemente de estarem na Libra ou na Liga Forte União.
Essa informação foi revelada em um documento obtido pelo jornalista Gabriel Vaquer, do F5, que detalha os aspectos contratuais do acordo assinado pela Libra com a Globo entre 2025 e 2029. De acordo com a informação, o Premiere é considerado um adicional aos R$ 1,3 bilhão fixos que a Globo pagará aos clubes da Libra.
A Globo se compromete a repassar 40% da receita líquida do Premiere, proveniente das assinaturas, durante o período do Campeonato Brasileiro, que normalmente ocorre entre abril e dezembro.
Atualmente, a receita do Premiere é composta por dois tipos de repasses da Globo: 38% das vendas em TV paga, intermediadas por operadoras (receita bruta); e 50% das vendas diretas feitas pelo Globoplay (receita líquida).
No entanto, segundo o documento, esse repasse será realizado somente se a Globo conseguir um acordo com os outros 11 times que fazem parte da Liga Forte União. Como a Libra atualmente conta com apenas nove times na primeira divisão nacional, se a Globo não conseguir acordos com todos os clubes, o valor repassado para a Libra será reduzido quase pela metade, o que resultaria em perdas significativas de receita para os clubes da Libra.
Essa decisão da Globo tem uma lógica, pois atualmente a emissora já possui aproximadamente 4,5 jogos por rodada garantidos com a Libra para o próximo ano. Com pelo menos dois jogos sendo transmitidos na TV aberta e outros dois na TV por assinatura, restaria pouco conteúdo para o Premiere. Assim, não faria sentido pagar um valor elevado por algo que não seria amplamente utilizado.
Essa mudança nos valores dos contratos tem gerado discussões nos clubes. O Flamengo, por exemplo, aprovou o acordo com a Globo, mas enfrentou forte resistência da oposição devido à estimativa de uma redução de aproximadamente R$ 400 milhões em relação ao acordo anterior. O presidente Rodolfo Landim atribuiu essa redução à Lei do Mandante, que o próprio clube apoiou durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022).
Essa informação também destaca a importância da Liga Forte União para os jogos do Campeonato Brasileiro. Clubes como Fluminense, Fortaleza, Athletico-PR, Botafogo e Vasco já indicaram que não devem vender a exclusividade de seus jogos para a Globo.