O Senado Federal anunciou nesta terça-feira a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de manipulações esportivas. A ação atende o requerimento protocolado pelo ex-jogador e atual senador Romário, do PL/RJ.
A ação se baseia no relatório da SportRadar, empresa que analisa em tempo real movimentações suspeitas em casas de apostas e apontam possíveis manipulações. Assim, determinado veículo colocou sob suspeita 109 jogos do futebol brasileiro realizados em 2023.
Após o pedido aceito, os partidos e lideranças partidárias agora deverão indicar membros da comissão para que ela possa se realizar. Ao todo, deverão ser selecionados 11 membros titulares e sete suplentes. A previsão é de que o processo demore pelo menos 180 dias.
A criação da CPI acontece logo após o anúncio de investigação de outro caso de manipulação de resultados. Desta vez, o fato aconteceu no Candangão, Campeonato Estadual do Distrito Federal. No início desta semana, dois jogadores do Santa Maria foram detidos por suspeita de envolvimento nos atos ilícitos.
A investigação do caso envolve a manipulação de dois resultados do torneio. Existem evidências de que os dois atletas teriam agido propositadamente para alterar o desfecho dos confrontos, em ações como o cometimento deliberado de pênaltis, erros propositais e até mesmo gols contra.
A CPI criada nesta terça-feira pelo Senado tem função semelhante à que ocorreu na Câmara dos Deputados, em 2023. Iniciada em maio, a CPI da Manipulação do Futebol chegou a ouvir atletas investigados pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, mas não teve um fim satisfatório.
Os encontros foram marcados por grandes bate-bocas e alguns deputados chegaram a inclusive se ameaçarem durante as reuniões. Assim, após longo período o processo chegou ao fim sem que o relatório final fosse sequer apreciado pelos membros da comissão.