Para financiar uma Operação Urbana na cidade do Rio de Janeiro, foi criado o FII (Fundo de Investimento Imobiliário) Porto Maravilha, cujo cotista é o FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), um fundo de investimentos capitalizado com recursos do FGTS. Este fundo aplicou cerca de R$ 5 bilhões na operação, financiando obras como a demolição do viaduto da Perimetral e a construção dos atuais túneis.
Entretanto, a prefeitura aportou propriedades imobiliárias e CPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção) na região, com a intenção de rentabilizar esses ativos. No entanto, devido a uma conjuntura econômica desfavorável, os resultados não foram alcançados. O FII Porto Maravilha deveria remunerar seu cotista, o FI-FGTS, mas acumulou prejuízos de R$ 4,2 bilhões, e o patrimônio líquido do fundo é agora de R$ 730 milhões.
Esse fundo detém o controle do terreno no Gasômetro, onde o Flamengo pretende construir seu estádio. O clube, em parceria com a Caixa Econômica Federal, planeja iniciar conversas mais objetivas nas próximas semanas para obter a área e avançar com o projeto. O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, em entrevista ao jornalista Mauro Cezar, destacou que não é uma tarefa simples devido à complexidade da situação e ao histórico dos terrenos envolvidos na transação.
O mandatário do Flamengo explica que a estratégia envolve a negociação com o fundo responsável pela área, destacando que o terreno faz parte de uma série adquirida pela prefeitura do governo federal para a realização da Operação Urbana Porto Maravilha. Ele menciona as mudanças legislativas que valorizaram esses terrenos e destaca a tentativa de criar uma situação semelhante à transformação de áreas portuárias em regiões nobres após as Olimpíadas de 1992 em Barcelona. No entanto, essa expectativa não se concretizou no Rio de Janeiro.
A entrevista ressalta a complexidade do processo e a necessidade de entendimento entre todas as partes envolvidas. O presidente do Flamengo deixa claro que o terreno não pertence a um fundo de pensão, mas a um fundo de investimento que tem apresentado prejuízo, o que pode influenciar na viabilidade da compra. Landim destaca a natureza do FI-FGTS, que busca rentabilidade para honrar compromissos com os trabalhadores, o que pode diferenciar a abordagem em comparação com um fundo de pensão tradicional.